VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

REFLEXÕES SOBRE O VOTO CONSCIENTE



ZH 16 de outubro de 2014 | N° 17954


FÁBIO OSTERMANN




Muito se fala, em especial em período eleitoral como o que hoje vivemos, a respeito da necessidade de se votar de forma consciente. O tal “voto consciente” seria o elemento-chave de uma democracia e, no caso do Brasil, o instrumento redentor de nosso combalido e desacreditado sistema político. Se ao menos o eleitor votasse de forma consciente, todos os males da nossa política seriam extirpados e nos tornaríamos um país desenvolvido. Mas consciente exatamente “de quê”?

Para algumas pessoas, votar consciente significa estar bem informado sobre os candidatos, suas promessas, históricos etc. Partindo daí, seria apenas uma questão de comparar projetos e perfis políticos para se ter um voto “consciente”. Mas será isso o suficiente para um voto verdadeiramente consciente?

Creio que não. O voto consciente passa necessariamente pela compreensão das limitações do poder dos políticos e do Estado. E não falo apenas de saber das funções e competências de cada cargo em disputa, mas de compreender o perigo que o governante ou o legislador pode nos dar.

Além disso, é um completo devaneio acreditar que realmente nos tornaremos uma sociedade mais desenvolvida, próspera e justa simplesmente delegando a eles atribuições e responsabilidades que cabem a nós como indivíduos e como comunidade/sociedade civil. Como ensinou o pensador francês Frédéric Bastiat, enquanto a maior parte da população continuar vendo o Estado como um meio de viver às custas dos demais (ignorando que é ele quem vive às custas de todo mundo), seguiremos nos frustrando com a política.

Nossa política é dominada pela lógica de que ganha quem promete mais “direitos” e benesses com chapéu alheio. Ignora-se que tudo aquilo que o governo dá a Paulo é nada mais do que uma porção daquilo que ele antes retira por meio de impostos do bolso de Pedro, Maria, José e do próprio Paulo. Seguindo a lição de Bastiat – um pensador monumental, criminosamente ignorado no Brasil: “Não devemos esperar senão duas coisas do Estado – liberdade e segurança, tendo bem claro que não se poderia pedir uma terceira coisa, sob o risco de perder as outras duas”. Compreender isso é um passo fundamental para o voto consciente de verdade.

Cientista político, associado honorário do IEE

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