VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

AS ELITES SEMPRE QUEREM FAZER IMPEACHMENT

 
 
ZERO HORA 30 de outubro de 2014 | N° 17968


CARLOS ROLLSING

ENTREVISTA

CARLOS ARAÚJO, Ex-deputado

Ex-marido e conselheiro da presidente reeleita Dilma Rousseff, Carlos Araújo (PDT) participou ontem, na Assembleia Legislativa, da sessão solene dos 25 anos da Constituinte estadual, ocasião em que ele era um dos líderes do PDT e da esquerda gaúcha. Ele defendeu a união do país para superar a divisão das urnas e criticou “as elites” que prometem reforçar a oposição ao governo.

As urnas mostraram um país dividido. Isso pode travar o governo Dilma?

De certa forma, desde 1930, há uma divisão. Sempre tem se procurado atenuar os efeitos dessa divisão. Essa foi uma eleição tão dura como foi também o período do segundo governo Vargas, em que as elites brasileiras elegeram o ódio como a sua principal consigna. Tem de tentar o diálogo, todo mundo tem de ir para a mesa negociar. O Brasil precisa muito que todos ajudem, não podem estar divididos. As lideranças políticas têm de compreender isso. Confio que isso ocorrerá.

O senhor acredita na ideia do terceiro turno? Nas redes sociais há pessoas falando em impeachment por causa da Petrobras.

Olha, as elites sempre querem fazer impeachment. Fizeram isso com o Getúlio, derrubaram o Getúlio e o levaram ao suicídio. Foi assim com Jango (João Goulart), foi assim com Leonel Brizola e vai ser assim de novo. É sempre essa gente. Para chegar ao poder, é só por aí. Ou, quando não é por aí, é através de líderes carismáticos fabricados por eles. Foram os casos de Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello. Depois, o Fernando Henrique Cardoso, que foi uma liderança que eles fabricaram também e que foi uma decepção para o povo brasileiro. Veja o grau de aprovação que ele tinha no final do seu governo. Essa é a história da vida, claro, eles não se conformam com a derrota. Os papos da elite são sempre os mesmos: corrupção, inflação e desenvolvimento.

Sobre a reforma política, ela deve ser feita por plebiscito ou referendo?

O Congresso está com muitos partidos, muito pipocado. Acredito que o melhor caminho mesmo é o referendo, para o Congresso não ficar achando que se quer tirar poderes. E também porque o Congresso pode definir mais o balizamento de um referendo.

O que é mais fundamental na reforma política?

O fim do financiamento privado das campanhas e uma legislação que não permita essa multiplicidade de partidos que temos no país. Esses dois aspectos são os principais para mim.

No Rio Grande do Sul, o PDT deve participar do governo Sartori?

A minha posição inicial é de não participar do governo. Fomos oposição aqui no Estado. Mas acho que temos de fazer oposição que colabore com Sartori, que é uma pessoa digna, um batalhador. Pode-se colaborar participando ou não do governo. Acho que, nesse primeiro momento, é melhor colaborar sem participação.

Antes da eleição, o senhor fez algumas ressalvas quanto a posicionamentos do senador eleito Lasier Martins (PDT). O senhor falou com ele? Qual a expectativa do mandato?

Não conversei. Não participei muito da campanha por motivo de doença. A minha expectativa é negativa em relação ao mandato do Lasier. É um conservador que eu não sei como veio parar no PDT. É lastimável.

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