VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O JOGO DO PODER



ZERO HORA 22 de outubro de 2014 | N° 17960


EDITORIAIS




Quem se eleger presidente no domingo precisará unir eleitores em conflito por pretensões divergentes e conquistar apoio num Congresso dividido.

As eleições presidenciais do próximo domingo, consideradas as mais disputadas das últimas décadas, reservam um desafio concreto e imediato para quem conquistar mais votos: o de pacificar o país, buscando uma conciliação para assegurar a governabilidade. Isso significa que, além de unir dois polos de eleitores divididos hoje por argumentos defendidos de forma passional, quem vencer nas urnas precisará conquistar maioria no Congresso.

Sem isso, será difícil aprovar reformas que se mostraram ainda mais inadiáveis depois desta campanha acirrada, como a política, além de garantir as condições para a retomada imediata do crescimento.

Um aspecto a ser considerado desde já é que, tradicionalmente, os mesmos eleitores que apontam quem querem ver no comando do país nem sempre lhe conferem maioria automática no Legislativo. O complicador, a partir da futura legislatura, é que, das 28 agremiações com representação no Congresso, 18 não são ligadas diretamente nem a Aécio Neves (PSDB), nem a Dilma Rousseff (PT), os dois candidatos que disputam o Planalto. E esses parlamentares, definidos como do “centrão”, se fortaleceram numericamente em 5 de outubro. Quem se eleger presidente no domingo precisará unir eleitores em conflito por pretensões divergentes e conquistar apoio num Congresso dividido. A questão é que, depois dos protestos de rua e de uma campanha acirrada como a que se aproxima do fim, essa harmonização não poderá ser buscada com base em práticas como o toma lá dá cá.

Além das chagas, inevitáveis numa disputa como a atual, a campanha eleitoral que se aproxima do final precisa dar margem também a uma mudança radical na forma de fazer política. O jogo do poder, normalmente pesado numa democracia como a brasileira, na qual os partidos estão geralmente mais voltados para interesses fisiológicos do que para os do bem comum, não pode continuar dando margem à corrupção desenfreada.

O país precisa enfrentar de imediato as razões que mantêm hoje a inflação elevada, a atividade econômica sem crescimento e o nível de emprego ameaçado. A urgência em relação a esses desafios exige que, depois de computados os votos, haja uma demonstração de maturidade tanto da parte dos eleitores quanto de seus representantes no Congresso.

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