VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

MENOS ÓDIO, MAIS BRASIL



ZH 13 de outubro de 2014 | N° 17951


EDITORAL



A duas semanas do segundo turno das eleições presidenciais, a campanha descamba perigosamente para a troca de acusações entre candidatos e lideranças partidárias. A consequência mais danosa disso é a divulgação de ataques misturados a inverdades, com o contágio imediato de parte do eleitorado. É lamentável que líderes históricos dos partidos envolvidos na disputa, em vez de contribuírem para a qualificação do debate, realimentem a troca de ofensas e rebaixem o debate. Acirra-se, na etapa decisiva da eleição, um componente presente no primeiro turno. A diferença desta vez é que, com apenas dois competidores, as agressões são amplificadas pela fúria radical de integrantes das redes sociais. O país assiste a um duelo de boatos e denúncias sem fundamento, muitas vezes com invencionices sobre a vida pessoal dos candidatos.

A democracia não foi reconquistada, a muito custo, para que os brasileiros testemunhem atitudes que desrespeitam a política e as instituições. O que o país aguarda, desde o início da campanha do primeiro turno, é o confronto de ideias e projetos. Tal anseio não significa que uma discussão de bom nível elimine a crítica entre oponentes. É assim também, com as tentativas de apontar pontos frágeis, contradições e equívocos dos adversários, que os candidatos contribuem para a formação da opinião de quem, pelo voto, decidirá a eleição. O que não pode ocorrer é a transformação de um debate numa luta feroz em torno de questões sem relação direta com o que está em jogo na eleição.

Não interessa ao eleitor saber quem começou as estocadas e como deve ser a intensidade da reação dos que se sentem agredidos. É igualmente irrelevante localizar as origens de tanta baixaria. Uma trégua, mesmo que pareça improvável, poderia livrar os candidatos e seus seguidores mais radicais de um desgaste que não poupará a imagem de nenhuma das partes e provavelmente da própria política.

Os dois partidos, que se enfrentam pela sexta vez, devem considerar que o desgaste que os atinge decorre também da incapacidade de fazer com que as ideias preponderem em relação às agressões. As duas semanas restantes até a eleição de 26 de outubro oferecem aos candidatos a chance de poupar os eleitores da repetição cansativa da tática do ódio da primeira etapa do pleito. O vale-tudo chegou ao limite. O país merece um pouco mais de grandeza e sensatez para consolidar sua democracia.

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