ZH 19 de outubro de 2014 | N° 17957
INFORME ESPECIAL | Tulio Milman
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Debates, já! Duas vezes por ano, entre Dilma e Aécio. Não importa quem vença a eleição. Seria a forma mais eficaz e transparente de fiscalizar e cobrar as promessas.
Esse vigor cívico, essas certezas sólidas, esse compromisso com o futuro da nação. Tudo se esvai depois da posse.
Quando a eleição termina, o vencedor se encastela. Só dá entrevistas quando quer, faz pronunciamentos verticais e jamais vai pro debate. Não permite, em hipótese alguma, que seus atos e ideias sejam confrontados dessa forma tão explícita e democrática.
Já o derrotado, em geral, põe o rabo entre as pernas e se retira de cena por algum tempo.
Em julho do ano que vem, Aécio e Dilma, frente a frente, em rede nacional. Em dezembro de 2015, o mesmo. E assim sucessivamente, até o fim do mandato.
Debates, debates e mais debates. Regulamentados por lei, com regras generosas que favoreçam a comparação das posturas e das visões de país e de mundo. Seria o exercício supremo da democracia.
Se bem que, no Brasil, corremos sempre o risco de a oposição entrar para o governo. E vice-versa.
Foi-se a graça.
A não ser que, para casos em que os papéis se confundam depois da eleição, a lei reserve um cargo vitalício para Luciana Genro: debatedora oficial da República. Acho que ela não aceitaria. Mas que iria funcionar, iria.
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