ZH 25 de outubro de 2014 | N° 17963
LARISSA ROSO
ELEIÇÕES 2014 A VEZ DA INTERNET. O peso das redes sociais na escolha
Metade dos eleitores está conectada e se informa sobre o pleito por conteúdos compartilhados no Facebook, Twitter e WhatsApp ou em conversas nos aplicativos. Candidatos e especialistas ainda tentam compreender a influência na decisão
Na eleição com a mais forte presença na internet realizada até hoje no Brasil, metade dos eleitores conectados dispõe de contas no Facebook, no Twitter ou no WhatsApp e se informa sobre o pleito a partir do conteúdo que circula nesses espaços. Segundo 19% dos eleitores brasileiros, em levantamento conduzido pelo Datafolha, as redes sociais influenciaram muito a decisão do voto no primeiro turno. Para especialistas e profissionais envolvidos nas campanhas políticas, o peso dessas ferramentas é grande, ainda que seja difícil precisar sua força no momento de amealhar ou desperdiçar votos.
Em uma campanha marcada pela virulência dos ataques entre os oponentes, especialmente na corrida à Presidência da República, as eleições se tornaram uma das pautas dominantes nas redes nos últimos meses, estimulando debates exaltados. Coordenadora do projeto Monitor das Eleições, a doutora em Comunicação e Informação Raquel Recuero trabalha com hipóteses a serem verificadas ao final deste processo eleitoral: a influência das redes sociais está restrita aos usuários de determinados nichos (classe social, idade)? Quem está alheio a essas ferramentas digitais pode ser atingido por essa influência?
– As pessoas estão participando de forma muito intensa, se colocando, declarando seus votos, de maneira quase comparável à paixão por times de futebol. Esperávamos uma participação mais discreta – constata Raquel, que é professora e pesquisadora da Universidade Católica de Pelotas.
Coordenador de redes sociais do comitê de Tarso Genro (PT), Marco Weissheimer afirma que a propaganda eleitoral da televisão, perdendo audiência para canais a cabo e serviços como o Netflix, está deixando o posto de carro- chefe das campanhas.
– As redes sociais começam a disputar essa importância. Tudo hoje passa pelas redes – comenta Weissheimer.
Mesmo episódios negativos podem acabar rendendo saldo positivo. Durante a semana, multiplicaram-se as postagens com o vídeo de uma entrevista em que José Ivo Sartori (PMDB) fez uma brincadeira mencionando a loja de materiais de construção Tumelero quando surgiu o assunto do piso do magistério. Para Marcos Martinelli, coordenador de marketing do peemedebista, a presença nas redes significa estar sempre “entre o limão e a limonada”, e o ocorrido, para além do revés, representou também a possibilidade de se discutir o salário dos professores.
– Redes sociais são para a consolidação da imagem do candidato. Não é um espaço para pedir votos – diz Beto Andrade, diretor da área de comunicação online da campanha de Sartori.
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