VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

DILMA TERÁ QUE UNIR O PAÍS


ZERO HORA 27 de outubro de 2014 | N° 17965


EDITORIAL



O povo brasileiro optou pela continuidade do governo do PT, que promoveu nos oito anos de Lula e no primeiro mandato de Dilma avanços sociais sem precedentes no país, mas está perdendo o controle da estabilidade econômica. Por isso, Dilma Rousseff reassume com o desafio de promover ajustes urgentes na economia, sem criar riscos para os programas de redução da pobreza e da desigualdade. Ao mesmo tempo, a presidente reeleita terá que operar politicamente para reconciliar o país, dividido pela agressividade dos candidatos, militantes e simpatizantes dos partidos envolvidos na disputa pelo poder.

Se a palavra de ordem dos marqueteiros era desconstrução, o verbo a ser conjugado agora é reconstruir, em todas as suas acepções. O novo governo Dilma precisa reorganizar a economia, reconquistar a confiança dos investidores, revigorar a infraestrutura, rejeitar a corrupção e recuperar a crença dos cidadãos na administração pública. Sempre é bom lembrar que as manifestações populares de 2013 por serviços qualificados e por representação adequada por parte das instituições ainda não foram atendidas.

Mas a expectativa maior é sobre a economia. Contrariando a política econômica adotada nos governos Fernando Henrique e Lula, Dilma deu uma guinada perigosa para o intervencionismo e deixou a inflação escapar do controle. Ela promoveu a desvalorização da taxa de câmbio, a redução agressiva da taxa básica de juros, a expansão do crédito dos bancos oficiais e intervenções escancaradas na economia, seja por meio de políticas setoriais de subsídios ou pela ação direta em mercados específicos como o da energia. O resultado foi o baixo crescimento e a pressão inflacionária, que começa a se tornar angustiante. Alguns recuos, como o abandono da intervenção no mercado cambial, foram insuficientes para aliviar a sensação de desequilíbrio da economia.

Assim, é inevitável que, juntamente com o anúncio do nome do novo ministro da Fazenda, o governo também acene com medidas efetivas de equilíbrio e transparência nas contas públicas, conjugadas com controle de gastos e simplificação da estrutura tributária, para devolver a confiança aos agentes do mercado.

É uma tarefa árdua, mas, apesar do resultado equilibrado do pleito, a maioria dos brasileiros está dizendo que acredita na capacidade de Dilma para realizá-la.

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