VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

DEBATE OU COMBATE?



ZH 16 de outubro de 2014 | N° 17954


EDITORIAIS




O processo que se encerra no dia 26 não tem por objetivo nocautear alguém, mas escolher quem demonstra mais preparo para comandar o país.

O primeiro debate entre os candidatos que disputam a Presidência da República foi decepcionante sob o ponto de vista moral. Em vez de se digladiarem em torno de seus projetos de governo, a presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves engalfinharam-se numa troca de acusações e ofensas, que foi da mentira ao nepotismo, da corrupção à leviandade e da ironia ao desrespeito mútuo. É lamentável que a busca do poder leve duas lideranças de tamanha expressão a se comportar como simples desafetos. Como outros confrontos estão programados, os candidatos e partidos bem poderiam rever suas estratégias, para que os cidadãos não se decepcionem ainda mais com a política e possam fazer uma escolha sensata no segundo turno.

É claro que, numa disputa acirrada como a atual, situações nas quais os dois pretendentes ao Palácio do Planalto ficam frente a frente, como ocorreu na Rede Bandeirantes, servem mais para exibi-los como são de fato e não como tentam se mostrar nas propagandas. O eleitor, porém, tem que ser respeitado no seu direito de avaliar o que pensam de fato os candidatos, coisa que a versão oficial do horário eleitoral obrigatório não oferece. Sem nenhum demérito para a emissora de televisão, que mediou exemplarmente a discussão, não foi o que se constatou na largada dos confrontos diretos do segundo turno, na qual os candidatos se enfrentaram como se estivessem num octógono de UFC. O resultado pode render sob a forma de imagens e clichês nas redes sociais, mas não contribui para reforçar a convicção de quem já fez sua escolha, e muito menos para esclarecer os indecisos.

É natural e compreensível que, na tentativa de diferenciar seus projetos de governo e sua visão sobre questões como as de ordem ética, os presidenciáveis recorram a dados socioeconômicos e resultados de gestões anteriores. Porém, são tantos os exageros, as distorções e mesmo os equívocos nos números ou nas informações disparados de um lado para outro, que só resta a quem assiste perguntar-se como uma decisão tão importante para o país pode ser tomada em meio a essa carga excessivamente emocional.

Ainda há tempo de os candidatos encontrarem outro tom para debater ideias e projetos. O processo que se encerra no dia 26 não tem por objetivo nocautear alguém, mas escolher quem demonstra mais preparo para comandar o país.

EM RESUMO Editorial critica a preocupação demasiada dos candidatos em acusar e desconstituir o adversário no primeiro debate presidencial do segundo turno

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