ZH 25 de outubro de 2014 | N° 17963
EDITORIAL
Num Estado com tantas dificuldades financeiras, no qual o eleito precisará definir de imediato como enfrentará o desequilíbrio entre receita e despesa previsto já para 2015, não deixa de ser uma boa notícia este encerramento sem maiores traumas da campanha. Quem conquistar mais votos nas urnas precisará definir de imediato e com transparência onde fará os cortes de gastos, pois são inevitáveis. As ações contra a crise exigem compreensão da sociedade e dos políticos de diferentes agremiações partidárias que a representam.
De alguma forma, a consciência em relação à gravidade das contas públicas ajudou a manter o nível elevado da campanha e foi uma das razões para o fato de o endividamento do Estado ter dominado os debates. Sem uma alteração nos desembolsos para o pagamento da dívida pública, muito mais ampla do que a em análise pelo Senado, o setor público gaúcho não terá como equilibrar suas finanças. E, como qualquer mudança profunda vai depender do governo federal, o Rio Grande precisará do máximo de união política para tentar aprová-la.
Um Estado com déficit orçamentário e que já esgotou todas as opções de financiá-lo não tem como atender os cidadãos com um mínimo de eficiência.
As consequências ficam mais visíveis na deterioração dos serviços prestados pelo poder público, que não tem como manter um quadro adequado de servidores, nem como remunerá-los adequadamente.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O fato é que o Estado do RS está endividado. Porém, o Estado do RS não é apenas o Executivo, a maquina administrativa e os servidores do Executivo em áreas que exigem um grande número de profissionais como a segurança, a educação e a saúde. O Estado do RS é constituído por mais dois poderes - o Legislativo, o Judiciário e as autoridades e servidores destes dois poderes. Portanto, quando se falar em cortes, deveriam olhar primeiro para o Legislativo que não precisa de tantos cargos e servidores para elaborar leis; depois analisar os gastos do Judiciário observando a finalidade pública do poder; e por último o custo da máquina administrativa nos cargos e recursos que não dificultem a garantia dos direitos essenciais do povo na saúde, educação e segurança.
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