VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O PODER DO LAGARTO




JORNAL DO COMÉRCIO 29/10/2014


Joanes Machado da Rosa




Não é raro encontrar pessoas que usam desqualificar o servidor público. Parece que assim o fazendo estão, de alguma forma, se vingando dos transtornos que a burocracia lhe causa. Quando o serviço oferecido pelo ente público satisfaz os interesses do usuário, a contribuição do servidor não é notada, atribuindo-se, então, à condição de cidadão a contrapartida do Estado. Na realidade, o servidor nada mais é do que a encarnação do ente estatal, abstrato, que, se satisfizer o usuário, confere invisibilidade ao funcionário, e se contrariar os interesses daquele, no próprio servidor se encarna. Não bastasse isso, o servidor público ainda fica à mercê de uma legislação criada e exercida pelo seu “patrão”. Diferentemente, no trabalho privado, o empregado está protegido por uma legislação exógena na sua origem, perene na sua duração e protetiva na sua essência.

A descontinuidade dos seus programas de governo, a cada troca de mandatário, exige do servidor uma capacidade de mimetismo capaz de causar inveja àquele lagarto (que culpa tem o pobre animal?) que conferiu o seu nome ao crime tipificado no artigo 171 do Código Penal Brasileiro. A baixa remuneração, as condições, inadequadas para o exercício do seu trabalho, as perseguições de ordem política, o assédio moral e sexual e o fato de se submeter às ordens de chefias, muitas vezes de capacidade técnica inferior a dos seus comandados, são frequentes no serviço público. O treinamento e o aprimoramento para o exercício das atividades são, praticamente, inexistentes. Não existe preocupação com a saúde física e mental dos servidores. É uma espoliação deplorável, digna dos primórdios da era industrial. Quem escolhe o trabalho público é um vocacionado. Sabe, perfeitamente, que não irá enriquecer com o salário que irá receber, entretanto opta por uma carreira que lhe confira segurança e lhe traga satisfação em bem servir à sociedade. Sendo assim, o servidor merece um olhar mais apurado e uma melhor compreensão e valorização pelo serviço prestado, proporcionando-lhe remuneração mais adequada e condições de trabalho mais dignas. O servidor público é um herói.

Presidente do Sintergs

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