ZERO HORA 10/04/2015 | 04h34
Rosane de Oliveira - coluna Política+ desta sexta-feira
Até os simpatizantes do governador José Ivo Sartori têm dificuldade para citar as realizações dos primeiros cem dias de governo. Além de cortar gastos, o que mais o governo fez desde o início de janeiro? Essa resposta será dada hoje em um seminário com a participação do governador e de todo o secretariado,para fazer o balanço dos cem dias.
Visto de fora, o governo não saiu do lugar. Engessado pela crise financeira herdada, não tem obras para exibir e não mostra qual é a estratégia para fazer a travessia em meio à turbulência. Todas as medidas conhecidas até agora são paliativas.
Nenhuma mudança estrutural foi anunciada até agora, embora se saiba que estão em estudo propostas ousadas para corrigir distorções históricas. Entre essas iniciativas estão a extinção de estruturas ineficientes, a venda de imóveis que não servem ao Estado e a alteração e modernização de processos que hoje emperram a máquina pública.
Os secretários mais próximos do governador pedem paciência. Dizem que é preciso entender o estilo de Sartori, que não gosta de criar expectativas e não é dado à pirotecnia. Garantem que nos primeiros cem dias o governo “trabalhou para dentro”, preparando, por exemplo, o marco regulatório das concessões e das parcerias público-privadas.
A agenda de Sartori é reveladora do marasmo instalado no Piratini. Predominam as visitas protocolares, as viagens para a abertura de feiras e festas regionais e as reuniões com os secretários. O governador foi a Brasília apenas uma vez desde a posse e não teve protagonismo em temas como a renegociação da dívida dos Estados.
Sartori pouco fala. Repete que sua meta é melhorar a qualidade dos serviços, mas não abre o jogo sobre como tornar o Estado mais eficiente ou mais atraente para a iniciativa privada. Com a ajuda do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade, o governo vai elaborar neste semestre o plano estratégico que deveria ter sido montado antes da posse.
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