VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 12 de abril de 2015

O MOTORISTA DE JARDEL E MILHARES DE OUTROS



ZERO HORA 12 de abril de 2015 | N° 18130


EDITORIAL


Estruturas burocráticas, dispendiosas e pouco eficientes não são exclusividade do Legislativo, que é o poder com maior visibilidade e mais sujeito a críticas.


Neste domingo em que variados segmentos da população brasileira pretendem sair novamente às ruas para protestar contra governantes, políticos e malfeitos que é o eufemismo criado para atenuar o impacto da palavra corrupção , seria bom que os cartazes e os discursos contemplassem também o verdadeiro escândalo que é o empreguismo na administração pública.

Essa mazela nacional ficou escancarada no episódio recente do deputado Mário Jardel, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Eleito por conta da fama adquirida quando jogava futebol, o parlamentar, que enfrenta conhecidos problemas psíquicos, protagonizou em menos de três meses de mandato um espetáculo constrangedor, mas que serviu para evidenciar a irresponsabilidade com que são tratados a representação parlamentar e o dinheiro dos contribuintes. Ao mesmo tempo em que obteve uma licença médica e desapareceu repentinamente do parlamento, onde sequer deu um discurso ou apresentou qualquer projeto, o deputado demitiu todos os 21 servidores de seu gabinete, um número de funcionários exorbitante, mesmo sendo ele o único representante do seu partido e, por consequência, responsável pela bancada do PSD.

Na recomposição da equipe, seu novo chefe de gabinete anunciou uma redução no número de servidores, mas confirmou a elevação geométrica dos salários dos que ficaram, sendo o caso mais emblemático o de um motorista que passou de R$ 4,4 mil para R$ 16,8 mil. Trata-se, no mínimo, de esbanjamento de dinheiro público. Mas a questão é mais abrangente, não se restringe ao caso específico. Que justificativa existe para um deputado ter duas dezenas de assessores, quando em países desenvolvidos como Japão e Alemanha os auxiliares dos parlamentares não passam de dois ou três? Pior: estruturas burocráticas, dispendiosas e pouco eficientes não são exclusividade do Legislativo, que é o poder com maior visibilidade e mais sujeito a críticas. Estão espalhadas por todos os estamentos da administração, por todos os poderes, por órgãos públicos federais, estaduais e municipais.

O Brasil que protesta deveria incluir no seu cardápio de reivindicações a correção urgente desta distorção.




EDITORIAL PUBLICADO ANTECIPADAMENTE NO SITE DE ZERO HORA, NA QUINTA-FEIRA, COM LINKS PARA FACEBOOK E TWITTER. OS COMENTÁRIOS PARA A EDIÇÃO IMPRESSA FORAM SELECIONADOS ATÉ AS 18H DE SEXTA-FEIRA. A QUESTÃO: EDITORIAL CONDENA O EMPREGUISMO NO SERVIÇO PÚBLICO. O QUE VOCÊ ACHA?

O LEITOR CONCORDA

Concordo. O empreguismo no serviço público está insitamente ligado ao sistema, faz parte das promessas realizadas em campanhas eleitorais de todo o país. Essa acomodação de “companheiros”, certamente, não reflete apenas um esbanjamento de dinheiro público, mas, sim, em grande maioria, a ineficiência dos serviços públicos prestados pelo Estado por servidores despreparados tecnicamente. É preciso modificar o sistema.

IVANDRO CORTELETTI SOBRADINHO (RS)

Também condeno o empreguismo, o conchavo, o apadrinhamento. No serviço público, deve-se ter servidores concursados, apenas. Cargo em comissão de forma alguma. São apenas formas de remunerar amigos, parentes e partidos políticos. Na maioria dos casos, não possuem qualificação alguma, apenas sugam o dinheiro público.

ANDRÉ BORDIN FLORIANÓPOLIS (SC)

Concordo, grande parte da população critica os grandes casos de corrupção e acaba esquecendo desses “pequenos” casos. É preocupante a situação em que vivemos e é dever nosso exercer nosso papel como cidadãos e cobrar isso dos políticos.

GABRIEL BOHMER ESTRELA (RS)



O LEITOR DISCORDA


No caso do motorista do deputado Jardel, ele foi promovido, portanto ele não vai receber o salário quatro vezes maior para ser motorista, vai desempenhar outra função. ZH mais uma vez distorce as informações! E tem mais: parem de bater em cachorro morto! Tem fatos mais importantes pra ZH noticiar e fazer editorial moralista, tipo a Operação Zelotes, na qual é investigada!

MANOEL HENRIQUE DA SILVACANOAS (RS)

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