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sexta-feira, 10 de abril de 2015

ROEDORES, BATE-BOCA E CONFUSÃO NA CPI




ZERO HORA 10 de abril de 2015 | N° 18128

ESCÂNDALO DA PETROBRAS




DEPOIMENTO DE TESOUREIRO DO PT é marcado por tumulto causado por soltura de animais e discussão entre deputados. Apontado como arrecadador de suborno em esquema, dirigente rebate acusações feitas por delatores da Operação Lava-JatoEm sessão na CPI da Petrobras marcada por bate-boca entre parlamentares e tumulto causado pela soltura de roedores, o tesoureiro do PT e réu na Operação Lava-Jato, João Vaccari Neto, negou ter recebido propina e disse que as doações eleitorais feitas ao partido são legais. Vaccari está sendo processado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal (MPF) e é apontado por delatores do esquema de desvio de dinheiro na estatal como arrecadador de suborno de empresas contratadas pela Petrobras.

Logo após a entrada de Vaccari na CPI, cercado por seu advogado e uma dezena de parlamentares do PT para demonstrar força e apoio interno, um servidor da Câmara abriu uma caixa e soltou cinco roedores no plenário, irritando petistas. O deputado Jorge Solla (PT-BA) acusou o deputado Delegado Waldir (PSDB-GO) de ser o responsável pelo episódio. O tucano reagiu e eles bateram boca. Os dois parlamentares trocaram gritos de “bandido é você”. Relator da CPI, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) reclamou do que chamou de “circo armado”.




BLINDAGEM DA BANCADA E ALEGAÇÃO DE INOCÊNCIA

Beneficiado por um habeas corpus obtido no Supremo Tribunal Federal (STF) que o desobriga a produzir provas contra si próprio, Vaccari rebateu as acusações feitas por delatores, se disse “inocente” e isentou o PT de envolvimento no escândalo.

Nas sete horas e quarenta minutos de depoimento, Vaccari contou com a blindagem da bancada do PT, que ficou vigilante nas tentativas de agredi-lo pessoalmente, com a passividade do PMDB, e com o fato de a oposição não ter conseguido avançar ao fazer os questionamentos nas linhas de investigação da Lava- Jato. O dirigente petista preferiu desqualificar as acusações feitas por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Pedro Barusco, o ex-gerente de Serviços da estatal, o doleiro Alberto Youssef e o empreiteiro Augusto Mendonça, da Toyo Setal. Disse que jamais discutiu com eles sobre doações legais ou ilegais para o partido e procurou, tanto quanto foi possível, mostrar-se distante deles.

– As afirmações que são feitas nas delações premiadas, no que se refere à minha pessoa, não são verdadeiras – repetiu Vaccari à exaustão.

O dirigente admitiu encontros com representantes de empresas para pedir doações ao PT, mas afirmou que se tratavam de visitas institucionais feitas por sua condição de tesoureiro e que resultaram em doações legais, por transação bancária.

Sobre a acusação feita por Youssef, que repassou R$ 400 mil a uma cunhada de Vaccari, Marice de Lima, o tesoureiro não entrou em detalhe. O dirigente admitiu que esteve no escritório de Youssef, mas não teria encontrado com o doleiro. Vaccari negou ter tratado de doações ao partido com Duque e Barusco. Segundo Barusco, a Diretoria de Serviços intermediava pagamento de propinas das empresas ao PT, que eram repassadas a Vaccari. O tesoureiro negou a existência dessa sistemática de corrupção, embora tenha admitido conhecer Duque e Barusco.



Um ferido e quatro doados


O incidente com cinco roedores – três esquilos-da-mongólia e dois hamsters – terminou com um animal ferido. Os outros quatro foram doados a deputados e seguranças da Câmara. De acordo com o deputado Ricardo Izar (PSD-SP), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Animais, um hamster ficou ferido no peito e precisou ser levado a uma ONG para tratamento. O animal não corre risco de morrer e há fila de espera para ficar com ele.

Izar ficou com um dos hamsters. Os esquilos-da-mongólia foram distribuídos ao deputado Laudívio Carvalho (PMDB-MG) e dois seguranças que atuavam na CPI.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinou a exoneração do servidor que soltou a caixa com roedores. Identificado como Márcio Martins de Oliveira e contratado por indicação política, ele negou à Polícia Legislativa ser responsável pelo ato.



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