ZERO HORA 20 de abril de 2015 | N° 18138
POLÍTICA + | Rosane de Oliveira
MAIS UM MÊS DE SUSPENSE NO ESTADO
Somente na quarta-feira deve sair a resposta para a pergunta que atormenta os servidores públicos: os salários de abril serão pagos em dia ou parcelados? A resposta depende do ICMS da indústria, que é recolhido entre os dias 20 e 22. A situação poderia ser melhor se o governo federal tivesse acenado com a liberação dos R$ 150 milhões do Fundo de Exportações, mas, até sexta-feira, nenhum um sinal de fumaça havia saído do Ministério da Fazenda, que aplica políticas de arrocho.
O ICMS do comércio, recolhido no dia 10, ficou exatamente no valor previsto, o que pode ser considerado um sinal animador. Da indústria, os técnicos da Fazenda também tiveram indícios de que abril será melhor do que março, já que o imposto cobrado pelo sistema de substituição tributária cresceu.
Mesmo com a economia contraída, a receita de impostos ganhou fôlego com o aumento dos combustíveis e da energia elétrica, dois dos setores que mais pesam na arrecadação – o terceiro é o segmento de telecomunicações.
O problema é que, neste mês, o Estado não poderá contar com os R$ 300 milhões dos depósitos judiciais que ajudaram a bancar a folha de março. Ainda há um resíduo de saldo livre para saque. Na semana passada, entraram mais R$ 20 milhões. A única certeza na Secretaria da Fazenda é de que o governo sacará o que for possível até o limite de 85% do saldo. No Piratini, está em estudo o encaminhamento de projeto ampliando o limite de saque para 90%, uma medida de risco, já que esse dinheiro é das partes e precisa estar disponível no momento em que uma delas for declarada vencedora.
Na semana passada, o secretário Giovani Feltes teve uma longa conversa com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que mostrou conhecer as dificuldades do Estado, mas não acenou com o esperado socorro.
ALIÁS
A maior preocupação do governo é com o mês de maio, quando entra em vigor uma parcela do aumento dos servidores da área de segurança. A possibilidade de adiamento do reajuste não está descartada, mas o temor é de rebelião na Brigada Militar e Polícia Civil.
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