ZERO HORA 25 de abril de 2015 | N° 18143
PAULO SERGIO ROSA GUEDES*
Precisamos compreender qual o objetivo essencial do governo atual e de seu partido político: a manutenção no poder. Esta me parece ser sua ideologia mais clara e seu engano mais grave. E, obviamente, não há como criar mais nada quando esse se torna o único interesse.
Sugiro, então – aliás como está escrito pelo próprio partido em seu Caderno de Teses (176. Por isto mesmo, o PT não deve temer fazer autocrítica de seus erros publicamente...) –, que o PT declare, espontaneamente, que sabe que a cúpula de seu partido foi julgada, condenada e recolhida à prisão, após sentença transitada em julgado, e que se dispense de acusar os outros – que, sem dúvida, também incorreram em condutas ilícitas –, assumindo, assim, a sua responsabilidade. Com isto, creio eu, recuperará sua credibilidade, tão necessária a todos.
Só desse modo, a meu ver, o Partido dos Trabalhadores poderá retomar sua bonita ideologia inicial e afastar-se do maniqueísmo autoritário que o leva a não admitir nenhum tipo de opinião diversa da sua.
Por isso, não há maior importância em discutir por que a cúpula do partido do governo foi condenada e presa ou por que um tesoureiro que substituiu seu antecessor preso também está detido; todos esses aspectos não têm, em si, importância alguma, porque não atendem ao objetivo essencial, ou seja, a manutenção de seus cargos no governo.
Foi para protestar contra isso que a população saiu às ruas em 15 de março e em 12 de abril, todos de verde e amarelo; e foi para tentar manter, a qualquer custo, sua nítida ideologia já aqui referida, que muitos saíram às ruas em 13 de março, todos de vermelho.
Penso que temos o dever de tomar consciência de que tem sido assim. E que as pessoas não são nem mais nem menos confiáveis do que seus antecessores – os governos brasileiros têm sido raramente eficientes, do ponto de vista do real desenvolvimento daqueles que aqui vivem. Mas a ideologia de manter-se no governo custe o que custar, esta, sim, me parece incrementada ao máximo na última década.
*Médico
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