VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 18 de abril de 2015

O NOVO PODER DO CONGRESSO



ZERO HORA 19 de abril de 2015 | N° 18137


EDITORIAL


Num ambiente de instabilidade política e econômica, Câmara e Senado têm chance de assumir plenamente suas prerrogativas e saldar dívidas com a sociedade.



O parlamento brasileiro é desafiado a fazer bom uso das circunstâncias que acabam por fortalecê-lo, no contexto de fragilização do governo e de dilemas políticos e econômicos. Criou-se a oportunidade de resposta a questões que o Congresso, muitas vezes com a anuência do Executivo, vem se negando a enfrentar. O ambiente para isso tem a contribuição das decisões da presidente da República de transferir a articulação política para o vice Michel Temer e de nomear mais um peemedebista para o seu ministério. Passa a ser encargo prioritário do PMDB a superação do impasse político, o que inclui a gestão de setores rebelados do principal partido da base aliada, representados pelos presidentes das duas casas legislativas.

É uma tarefa grandiosa, a começar pelo fato de que parte do próprio parlamento está sob suspeita, com alguns de seus membros sob investigação por envolvimento em corrupção no caso da Petrobras. O que poderia, no entanto, significar a fragilização automática do parlamento pode ser a chance da remissão. Câmara e Senado vêm acumulando dívidas com a nação, em determinados momentos por omissão, ao tratar com desprezo pautas que a sociedade oferece aos seus representantes. Em outros, falha por adesão às imposições do Executivo, que vem determinando, não só no atual governo, o que e quando o parlamento deve votar, com as armadilhas das medidas provisórias. Foi assim que o Congresso brasileiro, titubeante no seu poder de legislar, transferiu atribuições inclusive ao Supremo Tribunal Federal, que interferiu, de forma positiva, em vácuos legais, como a liberação das pesquisas com células-tronco e o reconhecimento da união homoafetiva.

Mas, por mais paradoxal que pareça, num momento de instabilidade política, pode ter chegado a hora de o Congresso reagir à própria inoperância. A disposição explícita dos comandantes da Câmara e do Senado de não se submeterem sumariamente às vontades do governo cria as condições para a mudança, se a oportunidade não for desperdiçada. Espera- se e cobra-se do Congresso o encaminhamento da pauta da reforma política. É o momento para que delibere sobre projetos como o que reduz o número de ministérios de 38 para 20 e dê efetividade ao debate das reformas tributária e previdenciária e da modernização da legislação trabalhista.

Mesmo que seja ilusório almejar a autonomia absoluta do Congresso, com total independência em relação ao Executivo, espera-se que o parlamento ponha à prova a decisão de seus líderes de fazer cumprir suas prerrogativas, ou tudo terá sido mera rebeldia.

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