VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

FALTA UM RUMO PARA O RIO GRANDE



ZERO HORA 10 de abril de 2015 | N° 18128


EDITORIAL



O poder público não pode esperar que o déficit histórico se resolva para só então começar a agir como deve: retomar a presença do Estado para investir em obras e em bons serviços para os cidadãos, além de promover o crescimento.


Cem dias após a posse e mais de cinco meses depois de confirmada sua vitória nas urnas, como manifestação do desejo dos gaúchos de ver o Estado reagir ao caos financeiro, o governador José Ivo Sartori continua devendo um horizonte bem definido a médio e longo prazos para a crise. A sociedade tem consciência de que faltam recursos para bancar o básico, de que as alternativas usuais para obtê-los se esgotaram, de que um histórico legado de equívocos não pode ser desfeito de um momento para outro. Ainda assim, já houve tempo suficiente para o governo deixar de lado a letargia e partir para a ação. É, também, mais do que hora de somar às providências emergenciais, como cortes rotineiros de gastos, um programa estratégico indicando um rumo para a recuperação e o desenvolvimento do Estado, condizente com o seu potencial.

O que se constata até agora, porém, é que o estilo Sartori – lento, contemporizador e procrastinador – está desconectado com as urgências do Rio Grande do Sul para enfrentar a crise e se desenvolver. Pode- se relevar que o governador tenha chegado ao governo sem grandes projetos, apesar do período de dois meses decorrido entre a eleição e a posse. Mas o que se constata agora, já com três meses de administração, é que o Estado está paralisado e o governador nem sequer assume protagonismo na renegociação da dívida federal ou num diálogo maior com o Planalto, indispensável para o equacionamento de muitas questões de interesse do Rio Grande. E é preocupante constatar que, nos últimos anos, o distanciamento de Brasília tem sido utilizado como desculpa para as carências do Estado, como é o caso da improvável compensação do governo federal por perdas tributárias nas exportações.

Mesmo com a alardeada crise das finanças, o que mais chama atenção nas decisões tomadas pelo Piratini é a falta de ousadia. Até agora, foram encaminhados à Assembleia apenas oito projetos, prevendo mudanças administrativas. Além disso, repetem-se velhas práticas. Exemplo: contrariando um de seus principais discursos de campanha, o governador não hesitou em acomodar a base política na máquina administrativa, com a nomeação de secretários e diretores de perfil político e escasso conhecimento técnico.

A impressão, inevitável, é de que o governo tem boas intenções mas perde tempo. Três meses foram suficientes para a crise se agravar ainda mais, enquanto cresce a insegurança dos servidores com a perspectiva de atraso nos salários ou adiamento de reajustes, a dos fornecedores com a descontinuidade das obras e a dos contribuintes com a perspectiva de uma degradação ainda mais acelerada na qualidade dos serviços. O governador não pode esperar que o déficit histórico se resolva por milagre, para só então investir em obras e em bom serviços para os cidadãos.

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