ZERO HORA 12 de abril de 2015 | N° 18130
ENTREVISTA
“O Congresso tem muita reunião para pouca coisa”
Em Brasília, Andrés Sanchez conversou com Zero Hora sobre seus primeiros meses na Câmara. Confira os principais trechos.
O que mais chama atenção do senhor na rotina de deputado?
É muita reunião para pouca coisa. O futebol é mais prático. Tem muita reunião e não anda nada porque nosso sistema político falido não permite. É preciso uma reforma política ampla e irrestrita para mudar.
O futebol é muito diferente da Câmara?
O futebol é reflexo da sociedade, e aqui também. Achei que já tinha visto tudo, mas infelizmente aqui a coisa é impressionante. É óbvio que tem gente boa, mas a maioria pensa mais em si do que no governo, do que no povo. Como cidadão, estou decepcionado.
Se está decepcionado, pretende concorrer de novo?
Sou contra reeleição até para síndico de prédio. Mudei o estatuto do Corinthians para não ter reeleição. Não é aqui que vou concordar com isso.
O que é mais difícil: presidir o Corinthians ou ser deputado?
Ser deputado é impossível, e parabéns a quem permanece mais tempo aqui. Aqui tudo se leva para o lado político, o pessoal fica discutindo se o PT é bom ou ruim, se o PSDB é bom ou ruim, se o PMDB é bom ou ruim. Discutem e esquecem de olhar o povo.
O ex-presidente Lula é seu amigo. Ele o convenceu a concorrer?
Somos amigos, ele foi uma das pessoas que me pediram. Sou petista há muito tempo, o partido pediu, e a comunidade de Itaquera também. Concorri contra minha vontade, mas vou aprender bastante.
O projeto do Itaquerão, que custou cerca de R$ 1 bilhão, nasceu na sua gestão. O clube terá como pagar a prestação? A primeira parcela é de R$ 100 milhões.
Todo mundo que comprou uma casa própria atrasou prestação, renegociou, isso não é crime. Pela engenharia financeira, o clube vai pagar no prazo. Se não conseguir, renegocia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário