VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

COLIGAÇÕES

Cláudio Brito, jornalista


Convergência é a palavra de ordem, a nova arma da comunicação, seja direta, pessoa a pessoa, seja a mediação que praticamos em rádio, jornal e televisão. Os múltiplos meios disponíveis abrem caminhos vários, mas apontam para o mesmo alvo. Os caminhantes sabem a que destino querem chegar. Pena que seja diferente com a política partidária. Juntam-se as divergências, sem disfarces, sem coerência, por meros interesses subalternos.

Se conseguissem construir reencontros, se criassem parcerias com identidade, então poderíamos entender melhor a cena eleitoral. Haveria a legitimidade agora tão distante. Não consigo aceitar que os partidos mudem de cara a cada 10 quilômetros. Examine os ajuntamentos que as convenções vão confirmando em Porto Alegre e em uma dezena de outras cidades vizinhas.

Tem mamão com açúcar aqui, leite com manga ali, de novo o mamão, agora com o leite, acolá. Quem se guiar pelas bandeiras nos palanques, cuidado! Vai acabar em comício errado.

Governabilidade é a pedra de toque. Buscando-a é que tentam justificar a geleia geral.

Quem hoje é salafrário amanhã será carregado nos ombros por seus opositores.

Assim é que funciona. Resultado do pluripartidarismo inchado que temos.

Quem sabe de cor todas as siglas? Quem adivinha o que pensa um seu partidário aqui e outro lá na Bahia? Como conseguem se entender nos diretórios?

São estranhas as uniões noticiadas no mundo político. Valem tudo e valem nada. Desenha-se de um jeito na eleição majoritária e de outro na proporcional, que, a rigor, nem deveria admitir coligações. Como pretender o fortalecimento dos partidos? Misturando-os sem respeito aos conteúdos de seus manifestos e programas?

Não pensem que se esteja pregando o bipartidarismo, mas um quadro mais restrito que o atual. Um partido se organiza ao sabor do que satisfaça seus caciques. Tem que ser de outro jeito. Quatro ou cinco partidos no máximo. Deve-se cobrar fidelidade partidária de seus integrantes e fidelidade ao programa da agremiação como um todo.

Um dia, do jeito que vai, tantos coligarão, que, somados, conseguirão a proeza do partido único. No fundo, é o que querem. Casados com o inimigo, mas garantidos no apego aos lugares aquecidos pelo poder a qualquer título e a qualquer preço. Há casos de coligados que reproduzem a relação espúria do torturador com o torturado, do sequestrador com o sequestrado. A materialização da síndrome de Estocolmo.

Nossos partidos padecem disso, são vítimas que se identificam com seus algozes.

Um verdadeiro estresse institucional. Pena, vai demorar a reversão, a cura.

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