VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 16 de junho de 2012

QUANDO OS ELEITORES VÃO PARAR PARA PENSAR NA SUA RESPONSABILIDADE?





BEATRIZ FAGUNDES
O SUL - REDE PAMPA

Porto Alegre, Sábado, 16 de Junho de 2012.



Porém, a exemplo do governo do primeiro eleito que defendeu a tese, ou seja, Fernando Collor de Mello, só vai cair na lenga-lenga de que um candidato jovem pode ser a solução àqueles que não tem memória ou perderam a capacidade de elaborar as consequências de seu voto!

O tempo vai passando e as cobranças chegam a galope. Ontem, suponho que de forma orquestrada, recebi inúmeros e-mails "exigindo" desta colunista, em nome da coerência uma posição sobre o andar da carruagem de 2012. Claro que para a maioria absoluta dos eleitores de Porto Alegre a opinião deste espaço não significa nada, salvo para aqueles que por e-mails "exigem", em nome da tal coerência, um posicionamento. Em nome da democracia, vamos dar tempo ao tempo! Os eleitores costumam fazer discursos inflamados contra os candidatos, ou os políticos de forma geral. Quando os eleitores vão parar para pensar na sua responsabilidade?

Lembro-me da campanha de 1989, na qual, durante o primeiro turno defendi a campanha do sempre lembrado Leonel Brizola. Não passou para o segundo turno por erros estratégicos inesquecíveis. No segundo turno, o Brasil tinha o Lula e um candidato nordestino de família tradicional e ricaço, então governador de Alagoas, bem-nascido, uma espécie de ser predestinado pelas circunstâncias a ser a resposta definitiva para os novos tempos de plenitude democrática. Naquele segundo turno sobraram dois candidatos: Lula, o "sapo barbudo" citado pelo velho caudilho, e a ideia do "novo", Fernando Collor de Mello, vendido para os eleitores como a solução, não ideológica, já que ele vinha a bordo de um partido desconhecido, sem expressão e evidentemente de "aluguel".

Confiante na velha ingenuidade do eleitor, Collor filiou-se ao PRN (Partido da Reconstrução Nacional), renunciou ao governo alagoano e lançou sua candidatura à Presidência em 1989. Escolheu como candidato a seu vice-presidente na chapa o senador mineiro Itamar Franco. Em uma eleição disputada, com a opinião pública dividida principalmente entre Collor, Lula, Leonel Brizola, Mário Covas, Paulo Maluf, Guilherme Afif Domingos e Ulysses Guimarães, conseguiu liderar o primeiro turno com 28,52% dos votos, levando a disputa ao segundo turno com Lula. Conquistou a vitória com 50,01% dos votos, 5,71% a mais que o adversário petista. Durante toda a campanha, a juventude do candidato e sua independência ideológica acompanharam as peças publicitárias, de extremo bom gosto, e que vendiam uma imagem de juventude, disposição de "caçar os marajás", combater a corrupção e dar uma guinada pragmática no velho modelo burocrático da administração. Passados 23 anos, os eleitores ainda são suscetíveis ao mesmo lero-lero da campanha do caçador de marajás!

Atualmente, as campanhas já não defendem higidez ideológica, vivemos literalmente uma "suruba" partidária. Hoje, candidatos de forma absolutamente tranquila, apresentam discursos que exigem dos eleitores uma compreensão avançadíssima de uma nova era política na qual as ideologias, as quais até "ontem" eram radicalmente opostas, podem conviver de forma "moderna", "civilizada" e "pragmática" a fim de construir um novo modelo no qual o óleo e o vinagre possam se misturar sem impossibilidades físicas.

Resumindo: pela primeira vez em décadas, eleitores do mesmo naipe do meu estão sem rumo. Direita com esquerda, capitalistas com socialistas, dependendo da juventude e modernidades do candidato, podem conviver sem sequelas! Pode ser que o swing ideológico proposto por nossos mais famosos candidatos funcione para a maioria. Porém, a exemplo do governo do primeiro eleito, que defendeu a tese, ou seja, Fernando Collor de Mello, só vai cair na lenga-lenga de que um candidato jovem pode ser a solução aqueles que não têm memória ou perderam a capacidade de elaborar as consequências de seu voto!


Quando os eleitores vão parar para pensar na sua responsabilidade?

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