VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 23 de junho de 2012

VOTAR EM QUEM OU EM QUÊ?

 
ZERO HORA, 23 de junho de 2012 | N° 17109. ARTIGOS
 

Clei Moraes, politólogo


As eleições deste ano têm surpreendido a todos. Não pelo surgimento de um provável estadista, tampouco pela propositura de grandes projetos. Mas pelo pragmatismo de partidos e candidatos.

Nesta semana, o ex-presidente Lula, no intuito de tentar eleger seu candidato em São Paulo, articulou coligação (e posou para fotos) com o ex-governador Paulo Maluf, político brasileiro que figura entre os mais procurados em todo o mundo pela Interpol (polícia internacional).

O fato provocou alvoroço entre partidos, militantes e eleitores. Afinal, vale a pena, pela conquista de poder, fazer qualquer tipo de aliança? Seja por espaço na TV, obtenção de recursos ou barganhas de cargos, pode-se deixar de lado as ideologias partidárias?

Em Porto Alegre, mais por questões ideológicas entre as siglas – pela própria característica do debate político dos gaúchos –, tivemos a oportunidade de acompanhar, numa espécie de prévia, o apoio não concretizado de um partido de direita a um partido de esquerda.

Nesse processo, debateu-se, também, apoiar o atual prefeito da Capital, pertencente a uma sigla mais ao centro. Mas o que caracteriza esse posicionamento entre centro, direita e esquerda? Os estatutos e programas partidários, por certo!

Simples, mas nem tanto. Acabamos de chegar ao 30º partido. Nesse contexto, como o eleitor pode identificar, com clareza, quais as principais características de cada um? Diretamente, através de seus representantes, candidatos e ocupantes de cargos.

Esquerdismos à parte, uma eleição não deve significar unicamente a implementação de um projeto de “ditadura do proletariado”, de um programa liberal ou conservador, exclusivamente, no caso da direita. Vivemos tempos de sincretismo político.

Exemplo: o governo Lula pautou-se pela social-democracia, o assistencialismo e a caracterização de um modelo em que ele mesmo disse que não existiria mais direita e esquerda. A meu ver, é este o caminho a que se dirige nossa política. Mas a que preço?

Não fosse o baixo nível de alguns “abraços” que precedem a campanha eleitoral e as exceções nas políticas de aliança, perceberíamos facilmente que vivemos tempos de democracia moderna.

Temos senadores e deputados que já tiveram seus mandatos cassados e voltaram a ser eleitos. Corre, no Congresso Nacional, uma CPI Mista que procura apurar corrupção envolvendo desde governadores a integrantes de instituições em vários níveis.

Seria a corrupção o reflexo do pragmatismo político transformado em fisiologismo ao se obter o poder? Talvez, pois o passo após a eleição é a formação da “base aliada” – a busca pela governabilidade.

Nada disso tem a ver com a dicotomia entre esquerda e direita, mas em ser oposição ou fazer parte do governo, sua composição e projeto. Tem a ver, principalmente, com essa dita governabilidade que pode transformar opositores em aliados.

Mas o que existe, de fato, é a necessidade de se atender a quem elege: o eleitor! A população! Em síntese: Votamos no quê? Votamos em quem?

Quem julga é a urna!

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