ZERO HORA, ARTIGOS - 13/06/2012
TÚLIO MARTINS, DESEMBARGADOR
“Eu diria à casa como disse àqueles que se juntaram a este governo: nada tenho a oferecer senão sangue, trabalho, lágrimas e suor. Temos diante de nós um desafio dos mais graves. Temos diante de nós muitos, muitos e longos meses de luta e sofrimento. Os senhores perguntam: qual é nosso plano de ação? Posso dizer: é travar guerra, por mar, terra e ar, com todo o nosso poder e com toda a força que Deus possa nos dar; travar guerra contra uma monstruosa tirania jamais suplantada no sombrio e lamentável catálogo dos crimes humanos. Este é o nosso plano de ação.” (Churchill e o discurso que mudou a História, de John Lukács).
Tal é o trecho mais famoso do discurso proferido por Winston Churchill perante o parlamento da Grã-Bretanha ao assumir o posto de primeiro-ministro, em 13 de maio de 1940. Meses antes, havia se iniciado a II Grande Guerra e Hitler já havia conquistado a Europa Central, a Bélgica, a Holanda e a França; o exército nazista avançava em grande velocidade, revelando-se uma poderosa máquina bélica. A queda do porto de Dunquerque e a humilhante retirada britânica de solo francês se mostravam inevitáveis. Por isto, ao falar no parlamento, o líder britânico não fez qualquer promessa, mas apenas preparou o povo para os difíceis anos de sofrimentos e incertezas que se prenunciavam. Churchill compreendeu perfeitamente o que significava a tirania nazista, bem como avaliou com admirável lucidez os valores políticos, econômicos, culturais e históricos que estavam em jogo naquela guerra mundial.
Contudo, a maior prova de sua liderança, inteligência e capacidade política foi jamais furtar-se à rea- lidade dos fatos ao comunicar-se com os ingleses. A duríssima sinceridade do primeiro-ministro foi com certeza um dos motivos decisivos para a vitória ao final do conflito.
A ciência política mostra que ao falar a verdade (por pior que esta seja), o líder estabelece um insuperável vínculo de confiança com seus liderados. Dizer o que deve ser dito é muito mais difícil do que se limitar a falar aquilo que os demais desejam ouvir. Contudo, é a única conduta que jamais custará caro para um homem público, que até poderá ser incompreendido, receber críticas, ser contestado e deixar o poder, mas não perderá seu lugar na História. Assim foi com Winston Churchill que mais de 70 anos depois de seu lendário discurso de posse, ainda é lembrado pela vitoriosa força que soube mobilizar liderando homens livres e bem informados.
“Eu diria à casa como disse àqueles que se juntaram a este governo: nada tenho a oferecer senão sangue, trabalho, lágrimas e suor. Temos diante de nós um desafio dos mais graves. Temos diante de nós muitos, muitos e longos meses de luta e sofrimento. Os senhores perguntam: qual é nosso plano de ação? Posso dizer: é travar guerra, por mar, terra e ar, com todo o nosso poder e com toda a força que Deus possa nos dar; travar guerra contra uma monstruosa tirania jamais suplantada no sombrio e lamentável catálogo dos crimes humanos. Este é o nosso plano de ação.” (Churchill e o discurso que mudou a História, de John Lukács).
Tal é o trecho mais famoso do discurso proferido por Winston Churchill perante o parlamento da Grã-Bretanha ao assumir o posto de primeiro-ministro, em 13 de maio de 1940. Meses antes, havia se iniciado a II Grande Guerra e Hitler já havia conquistado a Europa Central, a Bélgica, a Holanda e a França; o exército nazista avançava em grande velocidade, revelando-se uma poderosa máquina bélica. A queda do porto de Dunquerque e a humilhante retirada britânica de solo francês se mostravam inevitáveis. Por isto, ao falar no parlamento, o líder britânico não fez qualquer promessa, mas apenas preparou o povo para os difíceis anos de sofrimentos e incertezas que se prenunciavam. Churchill compreendeu perfeitamente o que significava a tirania nazista, bem como avaliou com admirável lucidez os valores políticos, econômicos, culturais e históricos que estavam em jogo naquela guerra mundial.
Contudo, a maior prova de sua liderança, inteligência e capacidade política foi jamais furtar-se à rea- lidade dos fatos ao comunicar-se com os ingleses. A duríssima sinceridade do primeiro-ministro foi com certeza um dos motivos decisivos para a vitória ao final do conflito.
A ciência política mostra que ao falar a verdade (por pior que esta seja), o líder estabelece um insuperável vínculo de confiança com seus liderados. Dizer o que deve ser dito é muito mais difícil do que se limitar a falar aquilo que os demais desejam ouvir. Contudo, é a única conduta que jamais custará caro para um homem público, que até poderá ser incompreendido, receber críticas, ser contestado e deixar o poder, mas não perderá seu lugar na História. Assim foi com Winston Churchill que mais de 70 anos depois de seu lendário discurso de posse, ainda é lembrado pela vitoriosa força que soube mobilizar liderando homens livres e bem informados.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Artigo bem colocado diante das oratórias dos políticos e mandatários brasileiros.
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