VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

DESVIO NA PETROBRAS IRRIGOU CAMPANHA DE PARTIDOS NA CAMPANHA DE 2010



ZERO HORA 9 de outubro de 2014 | N° 17947


CASO PETROBRAS. Desvio na estatal irrigou campanha de 2010, diz Costa. EX-DIRETOR DEPÕE À JUSTIÇA e afirma que esquema de propina beneficiou PT, PMDB e PP



Em seu primeiro depoimento à Justiça após ter feito um acordo de delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou ontem à Justiça Federal que pagou propinas a três partidos políticos “grandes”: PT, PMDB e PP. Costa disse que foi indicado para o cargo, em 2004, pelo então deputado José Janene (PP-PR) – morto em 2010, Janene foi réu no processo do mensalão do PT, no Supremo Tribunal Federal.

Costa afirmou que chegou ao cargo com a missão de montar um esquema de pagamento de propinas para políticos. Ele declarou que os pagamentos para os partidos eram divididos na proporção de “1% para um e 2% para outro” – sobre valores superfaturados de contratos da Petrobras com empreiteiras e fornecedores. E acrescentou que o esquema financiou a campanha eleitoral de 2010 de parlamentares e partidos.

O ex-diretor é um dos personagens da Operação Lava-Jato, deflagrada em março. Por oito anos, ele ocupou o cargo na estatal. Segundo a Polícia Federal, Costa e o doleiro Alberto Youssef são os mentores de organização criminosa que se infiltrou em órgãos públicos.

Costa fez delação premiada ao Ministério Público Federal, homologada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. A competência para investigar ou processar parlamentares é exclusiva do Supremo. Por isso, o ex-diretor não pode citar os nomes à Justiça Federal.

Ontem, Costa depôs por duas horas no processo em que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro desviado das obras da refinaria Abreu e Lima. Ele apontou os nomes de outros diretores e ex-diretores da Petrobras que, segundo ele, faziam parte do esquema. Afirmou que recebeu “pessoalmente de Sérgio Machado (presidente da Transpetro) a quantia de R$ 500 mil.” Por meio de assessores, Machado disse que “essa história é maluquice, uma fantasia absurda”.

Youssef também depôs. Ele e Costa revelaram valores da propina, como operava o esquema, onde eram feitas as reuniões do grupo e indicaram atas, notas fiscais e documentos que, segundo eles, confirmam quem pagava e quem recebia. Deram detalhes das empresas offshores por onde transitaram valores da corrupção e as contas.

– Não é um depoimento de ouvir dizer, várias vezes eles (Costa e Youssef) disseram ‘eu sim’, ‘eu fiz’, ‘conversei’, ‘estive’ – relatou o criminalista Antonio Figueiredo Basto, que defende Youssef e acompanhou a audiência.

Nenhum comentário: