REVISTA ISTO É N° Edição: 2284
| Atualizado em 24.Ago.13 - 17:08
EDITORIAL
Carlos José Marques, diretor editorial
O governo federal mergulhou por esses dias numa cruzada de interlocução junto ao Congresso e à sociedade civil em busca da credibilidade perdida. Chamou parlamentares para conversar. Está indo ao encontro de agentes da produção, marcando seguidas reuniões e, de quebra, tentando se alinhar também com o Judiciário.
O governo federal mergulhou por esses dias numa cruzada de interlocução junto ao Congresso e à sociedade civil em busca da credibilidade perdida. Chamou parlamentares para conversar. Está indo ao encontro de agentes da produção, marcando seguidas reuniões e, de quebra, tentando se alinhar também com o Judiciário.
A grande questão é saber se o Planalto conseguirá reverter as expectativas negativas. O vice-presidente, Michel Temer, foi quem alertou Dilma sobre a importância de “se mexer” para varrer do horizonte uma apatia que, claramente, tomou conta inclusive de seus ministérios (esses dão sinais de estarem quase paralisados, à espera das urnas de 2014).
Visando fixar uma nova agenda, ficou determinado internamente que o tema eleição deve ser por ora esquecido nos órgãos do poder em prol de ações que demonstrem sintonia com aliados e atenção às demandas da população – um cuidado que deveria ter sido tomado ao menos desde o início do ano.
Ocorre que, na ânsia por virar os ânimos e por mostrar uma administração mais amigável e sensível aos apelos, alguns movimentos oficiais parecem ir na direção errada. A liberação de verbas orçamentárias solicitadas pelos parlamentares é um deles.
Há críticas generalizadas sobre a decisão, por trazer consigo um forte cunho eleitoreiro. Sob a ótica de interlocutores próximos a Dilma, o objetivo é mais nobre: engajar políticos na luta pela mudança desse estado de espírito dos agentes da economia, inclusive em seus Estados e municípios.
Outra frente de atuação federal pode trazer resultados mais concretos e está centrada diretamente nas pastas do governo. Dilma pretende exigir dos titulares uma maior rapidez na deliberação de pautas e assuntos pendentes em cada uma delas. A presidenta se esforça para resgatar a imagem da gestora, agora com leve verniz de negociadora aberta ao diálogo. A falta de uma postura mais conciliadora nos primeiros anos de mandato é uma queixa recorrente. Criticada por seu estilo centralizador e duro – beirando o agressivo –, Dilma está pagando um preço alto e quer baixar essa conta antes da chegada das eleições e a tempo de cativar os votos que veio perdendo pelo caminho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário