VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 10 de agosto de 2013

ALÉM DA SIMPATIA

ZERO HORA 10 de agosto de 2013 | N° 17518

EDITORIAIS


Sorridente e afável, a presidente Dilma Rousseff colheu um triunfo de relações públicas raras vezes visto, em sua chegada ontem ao Rio Grande do Sul. Saudou os 480 formandos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) em Osório, lembrou que no município do Litoral funcionam hoje quatro universidades e exaltou a destinação de receitas de royalties do petróleo para a educação. Não esqueceu de mencionar a inauguração do aeromóvel no aeroporto Salgado Filho, prevista para hoje. Tampouco evitou temas espinhosos, como a inflação, manifestando certeza de que o índice deste ano ficará dentro da meta, e mesmo o da sucessão presidencial, afirmando: Todo o resto tem de fazer campanha porque quer o meu lugar. Mas foi sobretudo no bom humor e na identificação com o Estado que as declarações de Dilma se diferenciaram das feitas em outras ocasiões. A presidente afirmou ter saudade do neto, chamou ex-companheiros de partido pelos nomes no diminutivo e lembrou que começou a gestão na Secretaria de Minas e Energia, no final dos anos 1990, medindo vento para instalação do atual parque eólico, em Osório.

Feitas a pouco mais de um ano da eleição presidencial de 2014, as considerações de Dilma têm um óbvio sabor de palanque. Mas não se pode esperar de uma presidente da República que deixe de defender suas decisões e sua administração. Por mais que a administração pública deva ter, por natureza, um caráter impessoal numa democracia moderna, não se pode impedir um governante de defender suas decisões e sua gestão. Além das notórias restrições legais, que avançaram consideravelmente no país no caso dos mandatários que disputam reeleição, não há outro limite para esse tipo de comportamento do que o bom senso. Vale notar que, pela evidente capacidade de discorrer sobre projetos e números, Dilma consegue perfeitamente evitar o tom meramente ufanista ao falar em público.

Em que pesem as medidas elogiáveis e a leveza de espírito da presidente, cabe uma referência ao momento que o país atravessa. Se é verdade que há sinais positivos no horizonte, deve-se admitir que existem também motivos para preocupação. A inflação, que desacelerou em julho por conta do impacto da redução das passagens de ônibus nas grandes capitais, não é uma ameaça dissipada. Seria irresponsabilidade negar a existência de pressões inflacionárias, sobretudo num cenário de crescimento econômico modesto ou inexistente. O país continua carente de serviços de qualidade em todas as esferas, e a corrupção e a ineficiência em áreas-chave da administração ajudam a enfraquecer as instituições. Para fazer frente a esses e outros desafios, é necessário mais do que domínio de números e simpatia pessoal. Sob a liderança de Dilma, o governo tem de pôr mãos à obra para enfrentar os grandes desafios nacionais.

Nenhum comentário: