ZERO HORA 23 de agosto de 2013 | N° 17531
EDITORIAIS
Foi preciso que o escândalo da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa) passasse a comprometer seu próprio mandato para que o prefeito José Fortunati decidisse, finalmente, romper a dependência em relação a um dos partidos que lhe dão apoio parlamentar, e que tinha como contrapartida o comando da estatal mal administrada. Não é o único caso, nem esta forma de aliança espúria se restringe à administração municipal ou ao partido ora envolvido. A troca de apoio por cargos continua sendo um péssimo hábito da política nacional.
Ainda assim, a queda da cúpula da empresa, desgastada por denúncias que se intensificam desde maio, é o resultado mais previsível do que costuma ocorrer quando uma instituição pública é mantida sem qualquer controle nas mãos de apadrinhados políticos a serviço de ambiciosos projetos partidários. As distorções agora atribuí-das a integrantes do PTB não se limitam às discutíveis contratações de eventos e descontrole nos gastos com planos de saúde. Incluem desde a apreensão de elevadas quantias de dinheiro em espécie e armas em poder de ex-dirigentes até indícios de desvio de recursos da empresa para gastos com campanhas, o que configura crime eleitoral.
Sempre que pressionados a substituir esse padrão de gerenciamento do setor público por um modelo com ênfase em aspectos técnicos, os administradores insistem em que não teriam como assegurar apoio político a seus projetos de outra forma. Esse, porém, é jeito de governar que a sociedade não consegue mais admitir, como as manifestações de rua vêm mostrando por todo o país. Quem insistir nesse loteamento da máquina pública precisará se habituar cada vez mais a arcar com as consequências.
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Foi preciso que o escândalo da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa) passasse a comprometer seu próprio mandato para que o prefeito José Fortunati decidisse, finalmente, romper a dependência em relação a um dos partidos que lhe dão apoio parlamentar, e que tinha como contrapartida o comando da estatal mal administrada. Não é o único caso, nem esta forma de aliança espúria se restringe à administração municipal ou ao partido ora envolvido. A troca de apoio por cargos continua sendo um péssimo hábito da política nacional.
Ainda assim, a queda da cúpula da empresa, desgastada por denúncias que se intensificam desde maio, é o resultado mais previsível do que costuma ocorrer quando uma instituição pública é mantida sem qualquer controle nas mãos de apadrinhados políticos a serviço de ambiciosos projetos partidários. As distorções agora atribuí-das a integrantes do PTB não se limitam às discutíveis contratações de eventos e descontrole nos gastos com planos de saúde. Incluem desde a apreensão de elevadas quantias de dinheiro em espécie e armas em poder de ex-dirigentes até indícios de desvio de recursos da empresa para gastos com campanhas, o que configura crime eleitoral.
Sempre que pressionados a substituir esse padrão de gerenciamento do setor público por um modelo com ênfase em aspectos técnicos, os administradores insistem em que não teriam como assegurar apoio político a seus projetos de outra forma. Esse, porém, é jeito de governar que a sociedade não consegue mais admitir, como as manifestações de rua vêm mostrando por todo o país. Quem insistir nesse loteamento da máquina pública precisará se habituar cada vez mais a arcar com as consequências.
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