DESTINATÁRIO INCERTO. Comprados pelo Senado, 1,4 milhão de selos somem
Em um ano e quatro meses, R$ 2 milhões foram gastos pelo Senado para a compra de 1,4 milhão de selos, revelou reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo. A Casa não sabe, no entanto, o que foi feito com o material, que sequer é usado na rotina diária. Funcionários já foram afastados e a distribuição de mais selos, proibida.
Uma auditoria, aberta em junho, apura as despesas dos senadores e da área administrativa com a cota postal. O gasto em selos seria suficiente para distribuir uma correspondência para cada morador de Goiânia, ou 18 mil selos por senador. O que intriga os responsáveis pela auditoria é que não há previsão nas normas da Casa para a compra de selos.
As correspondências dos senadores e da Casa são seladas por meio de uma máquina franqueadora, utilizada para imprimir o valor da postagem na correspondência, como um carimbo. Logo, não há a necessidade de selos em papel.
Segundo a reportagem, o selo é considerado moeda corrente e pode ser facilmente vendido, a preços que variam de R$ 1,20 a R$ 6,40, dependendo do peso da correspondência – para qualquer empresa que faça uso dos serviços dos Correios.
Em nota, a assessoria de imprensa do Senado confirmou a auditoria e a suspensão, desde julho, da distribuição de selos. O afastamento de funcionários também foi admitido, mas os nomes e o número de servidores não foi informado.
O documento cita que só após a conclusão da auditoria o Senado terá condições de informar o número de postagens e outros serviços solicitados aos Correios, bem como os custos anteriores a maio deste ano.
Norma de 1991 não limita gasto com correspondência
Segundo o Senado, até julho de 2013 foram usados pouco mais de R$ 3 milhões dos R$ 10,8 milhões previstos em contrato com os Correios. No mesmo período de 2012, o gasto ultrapassou R$ 6,6 milhões. Os senadores não têm limite para despesas com o envio de correspondências. Norma de 1991 prevê que cada parlamentar pode enviar duas para cada mil habitantes de seu Estado, mas não limita o volume, o preço ou o peso máximo.
Os senadores Aloysio Ferreira (PSDB-SP) e Cristovam Buarque (PDT-DF) pedem ampla apuração.
– Isso tem de ser investigado rigidamente – destacou Cristovam.
Um comentário:
Deixa em explicar. Esses selos nunca estiveram no senado. Foi emitida apenas a nota fiscal, tem muito mais coisas...
Emitem a nota de coisas aparentemente sem importância, recebem a grana e fica por isso mesmo....
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