VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

A DEMOCRACIA NÃO MERECE O VOTO NULO



JORNAL DO COMÉRCIO 02/10/2014


Pablo Mendes Ribeiro




“Político é tudo igual: vou anular o voto.” Ouvi esta afirmação de um jovem universitário que estava indignado com os candidatos e com a falta de renovação. Fiquei pensando, então, na incoerência da afirmação dele, uma vez que ele queria mudar sem votar em ninguém. E como fazer renovação anulando o voto? Entendo que o “votar em ninguém” faça parte da rebeldia juvenil, mas, ao mesmo tempo, qualquer exercício de lógica leva à conclusão que só existem mudanças com atitudes positivas, o que, em se tratando de política, é o voto.

O voto nulo já foi uma bandeira ideológica forte, especialmente pelo movimento anarquista que, entre o fim do século XIX e início do século XX, teve certo sucesso. Os anarquistas defendiam que o voto nulo garantiria a condição de liberdade, uma vez que esta não seria entregue na mão de um líder. E este ideal anarquista volta sempre nas eleições - com muito menos força no século XXI -, geralmente pelas mãos dos jovens.

Na eleição de 2010, os votos nulos atingiram 5,5% e especialistas dizem que esse número pode chegar a 7% neste ano. Entendo que ao abrir as páginas de jornal ou assistir um programa de TV nos deparemos com dezenas de políticos corruptos, subcelebridades batendo recordes de votos e candidatos caricaturais que não apresentam proposta alguma. Agora, será que não existem alguns nomes que mereçam a confiança do eleitor? Será que não votar em ninguém terá como consequência a transformação social? Com certeza, não.

E, mais do que isto, anular o voto é, para além do descaso com o futuro, uma falta de respeito ao passado. Passado recente, em que homens e mulheres de grande valor lutaram para conseguir o direito ao sufrágio, uma vez que a única forma de renovação se dá, justamente, pelo voto. Isso é democracia. O ato de não votar, na prática, é dizer não à democracia.

Secretário adjunto da Smic

Um comentário:

Anônimo disse...

Então se você tiver que escolher entre votar num psicopata ou num outro psicopata ou em nenhum deles, você votaria em um psicopata achando que isso é melhor?

Nenhum deles me representa. Não quero que nenhum deles vença.

O melhor seria se o voto não fosse obrigatório, assim nem perderia o meu tempo anulando-o.