VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 5 de outubro de 2014

QUALIDADE PARA POUCOS NÃO É QUALIDADE

ZH 05 de outubro de 2014 | N° 17943


INOVEDUC | Ronaldo Mota


 


NOSSO PAÍS É uma complexa nação que não aprendeu a fazer coisas boas e para muitos ao mesmo tempo

Neste domingo temos eleições. Uma palavra que se repete em todos os programas dos candidatos é qualidade. Nem sempre deixam claro de qual qualidade estão falando, tampouco para quem. No entanto, esta talvez seja a questão mais essencial e que, por certo, definirá a conduta do futuro governante ou parlamentar.

A absoluta relevância desse esclarecimento deve- se ao fato de que o Brasil é uma estranha e complexa nação que aprendeu a fazer coisas boas e para muitos. Só não aprendeu a fazer essas duas coisas ao mesmo tempo. Quando faz coisas boas, o faz em geral para poucos, e quando faz para muitos, normalmente incorpora baixa qualidade.

E o que nos faz ter perspectivas? É que tivemos substantivos avanços na história recente, evidenciando que podemos avançar muito mais. Citemos três exemplos: a Constituição do final da década de 80 nos conferiu estabilidade política e das instituições, o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal marcaram a década seguinte, viabilizando moeda estável e o planejamento mínimo nas contas públicas e privadas, e, por fim, os avanços sociais da última década, conjugando crescimento com redução de desigualdades sociais.

E o que nos faz ser tão céticos? Em primeiro lugar, os atributos acima não são suficientes ou sustentáveis. Nossa desejada democracia não nos fez mais confiantes nos políticos, na política e nas instituições, o que é grave. Nossa economia dá sinais de incapacidade de crescimento sustentável, imersos que estamos num mundo globalizado e altamente competitivo, onde exportamos alimentos e minérios (o que é bom) e tendemos a ser mercado importador de praticamente todos os itens de média e alta tecnologias (o que é péssimo). Por fim, nosso enfrentamento de desigualdades sociais não teve, por enquanto, reflexos evidentes na educação, que continua precária; na saúde, que, embora universalizada, é de má qualidade; e na segurança, cujos índices, em geral, dão demonstrações de pioras permanentes.

Particularmente na educação, nosso drama está centrado no ensino básico, com sua expressão mais grave no Ensino Médio. Colocamos as crianças na escola, o que foi admirável conquista, mas elas não aprendem o suficiente e não há indicadores confiáveis e significativos de que estejamos melhorando. Poderíamos estar crescendo menos economicamente, desde que estivéssemos melhorando de forma substantiva na educação, o cenário seria positivo. Mas este não é o quadro.

Soluções educacionais no horizonte? Um exemplo simples, entre vários: temos o mais caro acesso a internet e de qualidade sofrível, mesmo assim, temos mais de 100 milhões de obcecados usuários, apontando que formamos um caldo cultural próprio e que as tecnologias digitais, conjugadas às metodologias educacionais inovadoras, podem fazer a diferença no futuro educacional brasileiro. Mas isso fica para outro dia neste mesmo espaço.

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