VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 11 de março de 2015

IMPEACHMENT E TERCEIRO TURNO



ZERO HORA 11 de março de 2015 | N° 18098


EDITORIAIS



Na semana em que os brasileiros estão sendo convocados a ir às ruas para protestar, a presidente Dilma Rousseff – pressionada pelo panelaço de domingo – abordou sem subterfúgios a grave situação do país e tocou numa expressão que representantes e militantes petistas vinham demonizando como golpe: o impeachment presidencial. Disse a presidente, com total coerência, que esse instrumento só se justifica quando há razões para tanto, o que, até o momento das investigações sobre o escândalo da Petrobras, não se verifica. Ainda assim, a presidente erra nas razões da insatisfação, ao atribuí-las a uma suposta tentativa de terceiro turno das eleições presidenciais.

É óbvio que, entre os manifestantes de domingo e os que vaiaram ontem a presidente em São Paulo, deve haver eleitores inconformados com os resultados das urnas. Mas há também muitos brasileiros descontentes com a corrupção, com o desgoverno e com a alta dos preços de produtos e tarifas públicas. Falta humildade à presidente para reconhecer que a deterioração da economia não pode ser atribuída apenas à crise internacional ou à seca, pois se deve em grande parte a equívocos cometidos em seu primeiro mandato.

Pouco mais de dois meses do segundo período de gestão foram suficientes para que a presidente contrariasse as linhas básicas de campanha. Ao contrário do que prometeu aos eleitores, a energia e o combustível estão mais caros, os juros se elevaram, a inflação foge do controle. Restou ao governo o recurso do ajuste fiscal, antes atribuído à oposição, que é necessário mas impõe um custo a todos.

O que está por trás dos protestos, portanto, não é o desejo de um terceiro turno eleitoral, mas decepção mesmo. O que a presidente da República precisa fazer é parar de se defender com subterfúgios e negociar com o Congresso e com a nação, de forma transparente, as medidas necessárias para assegurar estabilidade política e econômica.

Nenhum comentário: