VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 28 de março de 2015

O PAÍS ESTAGNADO



zero hora 28 de março de 2015 | N° 18115


EDITORIAL


Os equívocos da política econômica provocaram perdas generalizadas e empurraram a economia brasileira para uma posição constrangedora no cenário mundial.



O decepcionante crescimento do PIB brasileiro em 2014, agora divulgado pelo IBGE, atesta os equívocos da política econômica adotada pelo governo no primeiro mandato de Dilma Rousseff e indica claramente os corretivos que devem ser feitos para que o país saia da estagnação. Repete-se um índice semelhante ao de 2009, após a crise mundial provocada pela quebra do sistema financeiro, quando houve recuo no PIB de 0,2%. Qualquer argumento, mesmo o que tenta buscar explicações no cenário internacional, não justifica a performance constrangedora para um país que pretende se perfilar ao lado das potências econômicas mundiais.

Os números do IBGE mostram que a economia parou quando as circunstâncias externas deixaram de favorecer o Brasil, ao contrário do que ocorreu na primeira década deste século. Esgotaram-se, entre outros fatores, as condições favoráveis de grandes mercados que contribuíam para a prosperidade brasileira. E chegou-se ao limite de uma política que, por uma sucessão de equívocos, prolongou o processo de endividamento do setor público para além do que seria suportável. O fato positivo disso tudo, mesmo que manifestado em declarações tardias, é o de que a própria presidente da República enxerga o ajuste fiscal como única saída contra a desconfiança e a falta de investimentos.

Se as medidas agora propostas, e ainda dependentes de aprovação do Congresso, tivessem sido adotadas muito antes, o país poderia pelo menos enfrentar uma eventual recessão em bases mais sólidas. O efeito mais perverso da estagnação é, como decorrência da queda da produção, um previsível abalo nos níveis de emprego. A taxa de ocupação no Brasil vinha sendo apresentada como o grande trunfo dos últimos governos, apesar do baixo crescimento. Estagnação significa também menos consumo, com queda na qualidade de vida e na autoestima da população.

O ajuste é parte decisiva da reação, que deve provocar mudanças profundas na postura e nas convicções equivocadas que o Planalto manteve por tanto tempo. O fracasso que levou a economia ao atual estágio, empurrando o Brasil para a incômoda posição de nação emergente com pior desempenho em 2014, é uma lição para que o governo abandone a gastança e o intervencionismo e confie em quem empreende e produz.

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