ZERO HORA 05/03/2015 | 19h15
Líder do governo Sartori admite atraso dos salários de servidores em março ou abril. Segundo o deputado Alexandre Postal, não há mais alternativa para conseguir honrar com os pagamentos
por Eduardo Matos
Líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Alexandre Postal (PMDB) disse que não há outra alternativa Foto: Tadeu Vilani / Agencia RBS
O tão falado atraso no pagamento dos salários do funcionalismo público do Estado está cada vez mais perto. Segundo o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Alexandre Postal (PMDB), a medida pode ser tomada já na folha de pagamento de março. As informações são da Rádio Gaúcha.
— A expectativa é que possamos ainda passar o mês de março, mas com muita dificuldade. Se ultrapassar março, (será) abril — afirmou o deputado.
Segundo Postal, não há mais alternativa para conseguir honrar com os compromissos financeiros. Ele citou os depósitos judiciais e o caixa único como eventuais possibilidades de recursos, mas que estão sem dinheiro.
Ainda não há uma definição de como seria paga a folha com o atraso. Uma das possibilidades seria pagar parte dos salários em dia e o restante no dia 10 do mês seguinte.
O deputado Jorge Pozzobom (PSDB), que é da base do governo, considera a medida impopular. No entanto, ele não vê alternativa.
— Nenhum governante quer atrasar salário, mas temos que trazer a realidade de como Tarso Genro deixou o Estado — disse Pozzobom.
Já o deputado Jeferson Fernandes (PT) reclama da falta de transparência do governo para explicar e debater soluções para a crise financeira do Estado:
— Queremos uma justificativa plausível e transparente, mas até agora não veio nenhum número de que é necessário (o atraso).
O Palácio Piratini não confirma nem nega atraso do salário já na folha de pagamento em março. A Secretaria da Fazenda ainda aguarda o comportamento da receita para saber se poderá pagar todos os salários. A partir da próxima semana, será possível saber o impacto dos protestos dos caminhoneiros na economia gaúcha.
Uma decisão oficial do governo sobre o pagamento em dia ou com atraso do salário de março sairá até o dia 20, data em que a folha é fechada. O secretário da Fazenda tem se reunido com as bancadas de partidos da base aliada para explicar a situação financeira do Estado. Giovani Feltes também pretende convidar os partidos de oposição.
ZH apurou como o governo avalia que aconteça o pagamento. Veja:
Servidores e inativos que recebem mais do que o teto a ser estabelecido pelo governo estadual (seria de, no máximo, R$ 4 mil, segundo informações extraoficiais) teriam o salário parcelado.
O valor do teto seria depositado no dia 27 de março, data do pagamento da folha do funcionalismo estadual. O excedente seria dividido em três vezes em abril.
Quem recebe até o valor do teto (a maioria do funcionalismo) teria todo o valor depositado normalmente.
O pagamento em partes afetaria os servidores e inativos que ganham mais do que o teto a ser definido pelo Piratini para o parcelamento. Oficiais da Brigada Militar, delegados de polícia, técnicos da Fazenda, funcionários da Procuradoria-Geral do Estado, secretários e o próprio governador seriam os mais atingidos.
A justificativa do governo para o atraso é a queda na arrecadação em relação a janeiro e fevereiro, meses em que os cofres do Estado tiveram reforço do IPVA.
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