ZERO HORA 05 de março de 2015 | N° 18092
RBS BRASÍLIA | Carolina Bahia
O purgatório de Janot
O primeiro efeito da lista de Janot é a paralisia do Congresso e o consequente atraso na votação do pacote fiscal do governo. Sem a fidelidade do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em pé de guerra com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – os dois com os nomes carimbados –, é praticamente impossível levar adiante propostas tão polêmicas. A causa é nobre, mas não é com o fim das desonerações que Renan está irritado. Ele mandou a MP de volta para o Planalto porque o nome dele está na lista, porque ele perdeu cargos federais e resolveu mandar recados. E essa deverá ser a lógica daqui por diante. Um purgatório necessário. Muito maior do que o escândalo do mensalão, a Lava-Jato deve ir até o fim nas investigações e na punição de empresários, funcionários e políticos corruptos. Mas, como política e economia andam entrelaçadas, a contaminação é inevitável.
PREPARANDO O TERRENO
Um senador peemedebista que conhece Renan Calheiros de longa data aposta que ele devolveu a MP das desonerações para afrontar o Planalto e também para agradar aos colegas de plenário. Ele já estaria preocupado em angariar simpatias, sabendo que enfrentará o Conselho de Ética.
FAZENDO CONTA
Integrantes da bancada do PT na Câmara comemoraram ontem uma informação extraoficial sobre a famosa lista que está no STF. Não mais de três deputados estariam citados, sendo que na bancada do Senado as baixas seriam mais numerosas, incluindo Gleisi Hoffmann e Delcídio do Amaral.
NÃO TÔ
O que não faltam são listas paralelas. Diante da boataria de que teria o nome citado na lista da Lava-Jato, o deputado Marco Maia (PT-RS) deu risada e afirmou:
– Não há hipótese de meu nome estar nessa lista.
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