VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 8 de março de 2015

UM MAR DE EQUÍVOCOS

REVISTA ISTO É N° Edição: 2362
| 06.Mar.15 - 22:24
  Atualizado em 08.Mar.15 - 14:05





Carlos José Marques, diretor editorial



Colecionando desastre sobre desastre, o governo Dilma segue vagando sem rumo em um mar de equívocos e pondo em ameaça a própria sobrevivência. Nos últimos dias, suas manobras para equilibrar o jogo político redundaram em um fracasso de proporções abissais. A divulgação antecipada e seletiva dos nomes dos presidentes da Câmara e do Senado na lista da Operação Lava-Jato e as informações da comemoração que se seguiu no Planalto após a notícia foram a gota d’água para entornar de vez o caldo nas relações entre o Executivo e o Legislativo. Em retaliação, o Senado rejeitou de pronto a MP sobre a desoneração da folha de pagamento. A Câmara tirou poder de Dilma para indicações de nomes no STF ao aprovar a chamada “PEC da Bengala” que amplia a idade de aposentadoria aos ministros dos tribunais superiores. Ainda na Câmara, o desafeto Cunha acelerou as convocações de aliados na CPI da Petrobras. O Congresso, em suma, fechou as portas aos anseios e planos de Dilma. E, por tabela, deu um nó na pauta de discussões de projetos vitais para a Nação. No Judiciário o clima não andou muito diferente. A crescente insatisfação com a demora da presidente em escolher o substituto de Joaquim Barbosa provocou críticas abertas. Com um País conflagrado pela guerra entre poderes e uma presidente que não conta sequer com o apoio de sua base – o próprio PT faz protestos diretos, reclamando das medidas impopulares -, parecia não faltar mais nada no caldeirão de problemas que afligem o Planalto. Mas o início dos inquéritos contra políticos envolvidos no propinoduto da Petrobras aumenta o grau das turbulências. O Governo está mergulhado até o pescoço nesse que é o maior escândalo de desvios da República. Vários ex-ministros, colaboradores e aliados próximos estão entre os investigados. E os detalhes sobre suas participações e responsabilidades devem, em breve, vir à tona. O grau de estragos na gestão Dilma ainda está longe de atingir o pico enquanto diversos setores da sociedade começam a se organizar nas ruas para pedir a sua saída. Intramuros do Governo, Dilma se desentende até com a própria equipe. Ficou latente a irritação da presidente com declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a quem cabe a decisiva missão de levar a economia à estabilidade. A coleção de evidências de sua insuperável inabilidade política em todos os campos e com inúmeros interlocutores alimentou a descrença geral na mandatária e colocou um grande ponto de interrogação sobre como ela conduzirá o País daqui para frente.

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