REVISTA ISTO É N° Edição: 2365 | 27.Mar.15
Agora réu na Operação Lava Jato, o tesoureiro do PT segue como o dono do cofre petista apesar das pressões do Planalto para deixar o cargo
Ludmilla Amaral (ludmilla@istoe.com.br)
Na última semana, João Vaccari Neto, o tesoureiro do PT, tornou-se réu na investigação da Operação Lava Jato por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de intermediar o pagamento de propinas ao PT por meio de doações oficiais ao partido feitas entre 2008 e 2010. Apesar da gravidade das denúncias, Vaccari segue como o dono da chave do cofre do partido, equilibrando-se há meses – e com maestria – em uma corda bamba que balança principalmente sob o ataque do Palácio do Planalto. São claras as mensagens que saem da sede do governo federal para que deixe o cargo, reduzindo, dessa forma, o desgaste da figura da presidente Dilma Rousseff.
SEGREDOS
Vaccari possui informações que podem prejudicar ainda mais o PT
Vaccari não dá sinais de que irá ceder. Ele já informou ao comando petista que pretende continuar no cargo, pelo menos até prestar seu depoimento à CPI da Petrobras ainda como tesoureiro do partido. A depender do PMDB e do PSDB, isso pode ocorrer no dia 9 de abril, três dias antes dos protestos marcados para o dia 12. A avaliação dos dois partidos é a de que o depoimento de Vaccari pode esquentar ainda mais a disposição de as pessoas irem às ruas.
Além da persistência pessoal de Vaccari em permanecer no cargo, o que o mantém à frente de uma posição estratégica dentro do partido é o próprio PT. É verdade que o tesoureiro enfrenta pressão para renunciar por parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de alguns de seus outros companheiros, como o senador Paulo Paim (PT-RS). “Seria muito bom se ele pedisse uma licença”, defende o parlamentar gaúcho. No entanto, o grupo do qual Paim faz parte está longe de ser a maioria entre os petistas. Paim, inclusive, já demonstrou a intenção de deixar o partido, seguindo o mesmo caminho da senadora Marta Suplicy.
Entre o comando do partido, o consenso é o de que, hoje, é melhor ter Vaccari por perto do que longe dos olhos. O tesoureiro guarda informações que podem prejudicar ainda mais o PT e, portanto, o ideal seria que, se fosse para sair, que deixasse o cargo após a consolidação de um acordo no qual o partido fosse preservado. Não se sabe até quando essa situação será mantida e quem terá mais força na queda de braço – se Dilma e seus aliados ou os companheiros petistas de Vaccari. Quando estava sob investigação no escândalo do mensalão, o ex-tesoureiro Delúbio Soares cedeu à pressão e acabou pedindo seu afastamento do cargo.
Agora réu na Operação Lava Jato, o tesoureiro do PT segue como o dono do cofre petista apesar das pressões do Planalto para deixar o cargo
Ludmilla Amaral (ludmilla@istoe.com.br)
Na última semana, João Vaccari Neto, o tesoureiro do PT, tornou-se réu na investigação da Operação Lava Jato por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de intermediar o pagamento de propinas ao PT por meio de doações oficiais ao partido feitas entre 2008 e 2010. Apesar da gravidade das denúncias, Vaccari segue como o dono da chave do cofre do partido, equilibrando-se há meses – e com maestria – em uma corda bamba que balança principalmente sob o ataque do Palácio do Planalto. São claras as mensagens que saem da sede do governo federal para que deixe o cargo, reduzindo, dessa forma, o desgaste da figura da presidente Dilma Rousseff.
SEGREDOS
Vaccari possui informações que podem prejudicar ainda mais o PT
Vaccari não dá sinais de que irá ceder. Ele já informou ao comando petista que pretende continuar no cargo, pelo menos até prestar seu depoimento à CPI da Petrobras ainda como tesoureiro do partido. A depender do PMDB e do PSDB, isso pode ocorrer no dia 9 de abril, três dias antes dos protestos marcados para o dia 12. A avaliação dos dois partidos é a de que o depoimento de Vaccari pode esquentar ainda mais a disposição de as pessoas irem às ruas.
Além da persistência pessoal de Vaccari em permanecer no cargo, o que o mantém à frente de uma posição estratégica dentro do partido é o próprio PT. É verdade que o tesoureiro enfrenta pressão para renunciar por parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de alguns de seus outros companheiros, como o senador Paulo Paim (PT-RS). “Seria muito bom se ele pedisse uma licença”, defende o parlamentar gaúcho. No entanto, o grupo do qual Paim faz parte está longe de ser a maioria entre os petistas. Paim, inclusive, já demonstrou a intenção de deixar o partido, seguindo o mesmo caminho da senadora Marta Suplicy.
Entre o comando do partido, o consenso é o de que, hoje, é melhor ter Vaccari por perto do que longe dos olhos. O tesoureiro guarda informações que podem prejudicar ainda mais o PT e, portanto, o ideal seria que, se fosse para sair, que deixasse o cargo após a consolidação de um acordo no qual o partido fosse preservado. Não se sabe até quando essa situação será mantida e quem terá mais força na queda de braço – se Dilma e seus aliados ou os companheiros petistas de Vaccari. Quando estava sob investigação no escândalo do mensalão, o ex-tesoureiro Delúbio Soares cedeu à pressão e acabou pedindo seu afastamento do cargo.
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