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sábado, 11 de outubro de 2014

ASSALTO E GOLPE

ASSALTO E GOLPE





ZERO HORA 11 de outubro de 2014 | N° 17949

CASO PETROBRAS IMPACTO NA CAMPANHA


AÉCIO CRITICA "ASSALTO" DILMA FALA EM "GOLPE"

UM DIA DEPOIS DE DEPOIMENTOS sobre esquema na estatal serem divulgados, tucano afirmou que empresa foi alvo de criminosos. Petista apontou uso político do caso e disse ser vítima de "mentiras"


Dois depoimentos tomados na quarta-feira em Curitiba e tornados públicos no dia seguinte chegaram ao centro da disputa presidencial. Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) trocaram acusações ontem sobre o suposto esquema de desvios na Petrobras relatado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef. Para o tucano, a corrupção “se institucionalizou” na Petrobras:

– O tesoureiro do PT é acusado de receber recursos da corrupção. Se eleito presidente, vamos a fundo nas investigações. (...) Assaltaram a maior empresa brasileira.

Em Brasília, a presidente afirmou considerar “estranho e estarrecedor” que os depoimentos tenham sido divulgados em meio à disputa pela Presidência:

– É importante que haja de fato um interesse legítimo, real, concreto de punir corruptor e corruptores, mas a investigação deve ser feita sem manipulação política.

A Justiça Federal de Curitiba divulgou nota dizendo que as ações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF), são públicas. “As declarações (de Costa e Youssef) foram imediatamente inseridas no processo que tramita eletronicamente, cujos atos estão disponíveis na internet. O compromisso da Justiça Federal é exclusivamente em relação à celeridade e à efetividade do processo”, diz a nota.

Ao chegar a Canoas para atos de campanha (leia mais na página 10), Dilma afirmou que, nos últimos anos da gestão de Fernando Henrique Cardoso, a PF era dirigida por um militante do PSDB:

– Às vésperas da eleição, estão querendo dar um golpe, e não podemos deixar. Eles destilam ódio e mentiras. Nós temos de responder com a verdade e a esperança.

AS ESTRATÉGIAS DOS DOIS LADOS
TUCANOS
-A campanha deve manter críticas ao “assalto a Petrobras”. O assunto será abordado em todos os discursos de Aécio. Ontem, o tema foi tratado no horário eleitoral no rádio. O programa ressaltou que Dilma usa a mesma justificativa de Lula para o mensalão, de que não sabia de nada. A sugestão do tucano à adversária, de realizar uma “campanha limpa e de alto nível”, deve dar lugar a um tom de indignação e de cobrança.
PETISTAS
-Coordenador da campanha, Miguel Rossetto afirmou que os petistas insistirão na afirmação de que nenhum governo combateu tanto a corrupção quanto o atual. O mensalão tucano, o cartel no metrô em São Paulo e o aeroporto construído na fazenda do tio do Aécio serão lembrados. Rossetto destacou que, no caso Petrobras, “insinuações sem provas não podem ser manipuladas e usadas como verdades absolutas”.
DELAÇÃO X INTERROGATÓRIO
-Os interrogatórios do ex-diretor Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef foram feitos pelo juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, na quarta-feira. O magistrado é responsável pelas 10 ações penais decorrentes da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. A investigação apurou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro.
-Costa é réu em duas ações penais e Youssef, em seis. Os processos não estão sob segredo de Justiça. Os depoimentos de quarta fazem parte de uma mesma ação, que tem como foco “crimes de lavagem de produto de desvios de recursos públicos da Petrobras” e, por isso, foram tornados públicos pelo juiz. As demais ações tratam de outros delitos de lavagem, que envolvem até tráfico internacional de drogas.
-O que está sob segredo judicial é o conteúdo das delações premiadas de Costa e Youssef. Os acordos (que preveem a redução de pena em troca de informações que possam ajudar a comprovar crimes e a resgatar valores) foram feitos pelos réus com o Ministério Público Federal (MPF).
-Como as delações de Costa e do doleiro citam políticos com foro privilegiado, os documentos foram encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF). A parte do ex-diretor já foi homologada pela Corte. A partir desses depoimentos, o MPF pode agora realizar novas denúncias contra as pessoas acusadas.
-É por causa do foro privilegiado que, na hora de ouvir Costa e Youssef, o juiz diz a eles que não deveriam citar nomes de políticos. Na prática, os interrogatórios tomados por Moro e os depoimentos da delação tratam dos mesmos fatos. O magistrado usará o conteúdo dos interrogatórios para decidir sobre o caso. E o termo da delação será considerado para a redução de penas.

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