ZERO HORA 06 de outubro de 2014 | N° 17944.
INFORME ESPECIAL | Tulio Milman.
A maior derrotada na eleição de ontem foi a rebeldia. Aquela que tomou as ruas do Brasil em junho de 2013, que gritou isso não me representa, que botou contra a parede a política tradicional, que não tinha um líder.
O tsunami daqueles dias refluiu. Quando a água baixou, viu-se que os estragos não foram tantos. A paisagem recuperou rapidamente o seu contorno. O índice de votos nulos é parecido com o de sempre. A renovação, muito baixa. Os partidos que se dizem herdeiros da indignação das ruas confirmaram seus índices tradicionais, com algumas variações.
É um fenômeno ambivalente. Por um lado, a decepção de quem esperava mudanças mais radicais. Por outro, a boa notícia: a reafirmação de que a política é, de momento, o único caminho possível para a construção de uma sociedade mais justa e humana. A não política saiu das urnas de cabeça baixa.
Teria sido diferente se a minoria não tivesse desvirtuado o que começou como um grito forte, mas pacífico da multidão. Se vitrinas não tivessem sido quebradas, se ônibus não tivessem sido incendiados. Se aquele mar de gente que gritava “sem violência” não tivesse sido mandado pra casa por pedradas e pontapés.
Sartori e Tarso. Dilma e Aécio. Eles nos representam. Agora, chegou a hora de pensar, de ouvir, de conversar. E de decidir quais deles nos representarão melhor.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - VIOLÊNCIA, INSEGURANÇA, SAÚDE INACESSÍVEL, EDUCAÇÃO PRECÁRIA, JUSTIÇA LENIENTE, TRIBUTOS ABUSIVOS, ESTADOS FALIDOS, TRANSPORTES INSUFICIENTES E CAROS, PRESÍDIOS DESUMANOS, PÉSSIMA QUALIDADE VIDA. Nada disto pesou nestas eleições de 2014.
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