VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

REPRESENTAÇÃO DEFORMADA



ZH 01 de outubro de 2014 | N° 17939


EDITORIAL



Disparates como os lançados pelo candidato do PRTB reforçam a necessidade de uma reforma política que possa no mínimo rever os critérios para a criação de siglas pouco representativas, como forma de fortalecer e dignificar a democracia.

A manifestação homofóbica do candidato do PRTB, sigla que poucos eleitores sabem decifrar para Partido Renovador Trabalhista Brasileiro, evidencia o exotismo de legendas pouco representativas sempre em luta por espaço nobre na mídia e na vida política nacional. Evidentemente, não se pode generalizar. Mesmo partidos hoje consolidados e respeitados pelos eleitores um dia foram inexpressivos e muitas siglas de pequeno porte têm sua existência plenamente justificada. Ainda assim, a proliferação descontrolada de legendas, mais preocupadas em representar os interesses de seus proprietários do que o de fatias expressivas do eleitorado, é uma distorção inaceitável do sistema partidário e da própria democracia. Por isso, independentemente do resultado eleitoral, a reforma política precisa entrar na agenda do país, com pontos inadiáveis como a criação de mecanismos para moralizar o quadro partidário e o financiamento das campanhas políticas.

Era natural que, depois da Constituição de 1988, o número de legendas, contido durante o período de exceção, se multiplicasse. A questão é que, desde então, o total de partidos saltou de sete para 32, dos quais 22 com representação na Câmara. Nesse emaranhado de siglas, incluem-se, por exemplo, agremiações pequenas mas sérias, com programas bem definidos, e as preocupadas simplesmente, em todas as campanhas eleitorais, em defender ideologias anacrônicas, distanciadas do interesse das maiorias. Há também siglas que, como a evidenciada no último debate presidencial pelas ideias esdrúxulas, existem mais para atender às ambições de seus próprios líderes.

O problema, portanto, não chega a ser o número exagerado de legendas, mas os interesses envolvidos. Mesmo sem o apoio dos eleitores, algumas delas subsistem mais para assegurar direito ao fundo partidário, à participação em debates nos meios eletrônicos e ao horário político obrigatório, onde não raramente se prestam a favorecer candidatos de outras legendas, visando a ganhos financeiros.

O intrincado jogo de interesses partidários faz com que os partidos mais estruturados não se empenhem em mudar esse quadro. Disparates como os lançados pelo candidato do PRTB, porém, reforçam a necessidade de uma reforma política que possa no mínimo rever os critérios para a criação de siglas, como forma de fortalecer e dignificar a democracia.

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