Análise: Políticos são uma categoria profissional. Para especialista, há descompasso ético entre sociedade e seus representantes - Cláudio Gonçalves Couto, cientista político e professor da FGV, O ESTADO DE SÃO PAULO, 13 de abril de 2011.
Não causam surpresa a ninguém as frequentes situações pouco honrosas em que se veem metidos nossos políticos. Também não surpreende que nada de concreto ocorra após a eclosão de escândalos que de início pareceriam ensejar para os transgressores medidas punitivas e para as instituições medidas corretivas. Ainda que ninguém se surpreenda, tendo em vista a reiteração das práticas, de modo a configurar um padrão, a maioria se indigna.
A indignação de alguns com o que é costumeiro para outros decorre de que os padrões éticos de políticos e do cidadão comum não são os mesmos. Enquanto os cidadãos esperam que os responsáveis pela coisa pública orientem-se por uma ética republicana, os políticos profissionais orientam-se por uma ética corporativa que determina a proteção dos companheiros que porventura tenham transgredido as normas de decência válidas para a sociedade como um todo.
Tal descompasso ético não é exclusivo da relação entre os políticos profissionais e o resto da sociedade; ela existe para várias coletividades cujos interesses específicos colidem com os do resto da sociedade. A perversa peculiaridade deste caso é que os políticos são representantes formais da sociedade, de modo que ao agirem contrariamente aos interesses dela atuam de forma ilegítima, violando a confiança que lhes foi depositada e convertendo-se em oligarcas.
Tal situação é trágica por duas razões relacionadas. Uma, porque partidos adversários não competem entre si quando os interesses comuns da corporação se veem ameaçados, retirando do eleitor a possibilidade de punir e premiar os comportamentos - a oligarquia atua como cartel. Outra, porque não há como prescindir de políticos profissionais numa sociedade complexa; são ingênuas e perigosas as iniciativas voltadas à desprofissionalização da política. Afinal, porque o que é desejável em todos os ramos de atividade seria dispensável unicamente na gestão da coisa pública?
A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário