VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

domingo, 1 de julho de 2012

A ARQUITETURA DO CANDIDATO IDEAL


ZERO HORA, 01 de julho de 2012 | N° 17117

VOTO EM CONSTRUÇÃO -  JULIANA BUBLITZ

Na sexta-feira, começa oficialmente a campanha eleitoral no Brasil. O eleitor terá três meses para escolher seus candidatos a prefeito e a vereador no dia 7 de outubro. A seguir, um guia de como avaliar os elementos que ajudam a construir o concorrente ideal


Imagine o prefeito como um síndico. Agora pense no vereador como um despachante. As comparações são simplistas, mas podem ajudá-lo a cumprir uma tarefa complexa: escolher o candidato certo. Para auxiliá-lo na missão, especialistas consultados por ZH elencam um conjunto de fatores aos quais será preciso estar atento a partir da próxima sexta-feira, quando começa a disputa eleitoral no Brasil.

Mas o que o síndico e o despachante têm a ver com isso? De um síndico, esperam-se noções mínimas de gestão. De um bom despachante, capacidade de representar o cliente e resolver pendências. Eles não precisam, obrigatoriamente, exibir um diploma ou um anel de doutor, mas devem ter espírito prático e trajetória irretocável.

Ao escolher seus representantes para o paço municipal e a Câmara, lembre-se de levar esses aspectos em conta. São o primeiro passo para uma decisão acertada.

– O prefeito é um administrador, um gerente. É importante que tenha alguma experiência na área, em cargos públicos, empresa, ONG ou clube de futebol. O bom vereador é aquele que cuida da sua praça, que conhece o seu bairro e suas demandas – resume o cientista político Valeriano Costa, da Unicamp.

Depois de estudar o histórico e o currículo dos concorrentes, reserve um tempo para conhecer suas propostas e compará-las. Dê preferência a quem apresentar o plano mais detalhado, realista, factível e consistente. Grandes ideias são atrativas, mas de nada adianta se você perceber que dificilmente sairão do papel.

Por fim, não se esqueça de que conteúdo não é tudo. Avalie a forma, isto é, o modo como o escolhido age, e fique atento ao marketing. Se ele tiver baixa escolaridade e dificuldades com o português, que seja franco e não tente parecer o que não é.

– Autenticidade é tudo. A imagem da pessoa deve estar em equilíbrio com o seu histórico de vida – diz a especialista Gil Castillo, das associações Brasileira e Latino-Americana de Consultores Políticos.

Outra dica para fugir de armadilhas é acompanhar entrevistas e debates. Preste atenção no argumento e no comportamento. Com a experiência de quem já atuou em 60 campanhas, o consultor Aurízio Freitas tem uma tática infalível:

– Observe se o candidato consegue suportar a pressão de debate duro e manter o equilíbrio. Se não tiver condições emocionais, como vai conseguir governar?

Para terminar, não deixe a escolha para a última hora. A partir de sexta-feira, você tem três meses.

O que está por trás da imagem

Uma das atribuições dos marqueteiros é melhorar a imagem dos candidatos. Para o eleitor, porém, o artifício pode levantar dúvidas: afinal, como ter certeza de que a pessoa que receberá seu voto é mesmo aquilo que aparenta ser?

– Não podemos generalizar. Uma coisa é marketing, outra é marketagem, que é amplamente condenável. O eleitor percebe rapidinho o que é fake – adverte o jornalista Sergio Kobayashi, que trabalhou durante duas décadas com Mário Covas, ex-governador de São Paulo, morto em 2001.

Kobayashi acaba de lançar, em parceria com a jornalista Luci Molina e a consultora de moda Milla Mathias, um livro que está dando o que falar no meio político. Trata-se do Guia de Estilo para Candidatos ao Poder e para Quem já Chegou lá (Editora Senac São Paulo).

A obra compila dicas para “realçar pontos fortes e disfarçar pontos fracos”. A intenção, segundo o autor, não é promover mudança completa nos postulantes, mas oferecer ferramentas para evidenciar qualidades.

– Essa melhoria é benéfica e faz parte de qualquer ramo de atividade – diz Kobayashi.

As dicas (veja ao lado) vão de vestuário a cuidados com higiene.

DETALHE ZH - Caspa e mortadela

Conhecido pelas excentricidades, Jânio Quadros foi seu próprio marqueteiro, numa época em que nem se falava nisso. Para ganhar eleitores em 1960, ele construiu a imagem de “homem do povo”. Aparecia com ternos puídos, barba por fazer e até caspa nos ombros. Carregava sanduíches de mortadela no bolso e fazia questão de lanchar em público, demonstrando simplicidade. Foi eleito presidente com mais de 5 milhões votos. Hoje, não teria o mesmo sucesso.

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