EDITORIAL
Iniciou-se ontem em todo o país a primeira campanha eleitoral brasileira sob a égide da Lei da Ficha Limpa, resultante de um movimento cidadão pela ética e pela transparência na vida pública. Vinte e sete anos depois da redemocratização, a referida legislação é testemunha pungente da vitalidade das instituições e do amadurecimento político no Brasil. Poucos países contam com dispositivo de tal magnitude a regular a habilitação de candidato a cargo eletivo em qualquer esfera. Acrescente-se que, ao determinar a vigência da lei, publicada em 2010, apenas para este pleito, o Supremo Tribunal Federal cercou o referido instrumento de indiscutível segurança quanto a sua constitucionalidade e seus efeitos. Merece, pois, as mais positivas expectativas a disputa eleitoral ora em curso, por ser regida por normas emanadas da vontade soberana do povo com o fim de lhe garantir lisura e eficácia plenas.
Resta esperar que a campanha dos candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador seja pautada pela apresentação de propostas claras e consequentes, com foco nos problemas mais sentidos da população, sem o recurso a golpes baixos nem ataques pessoais. Devem partidos e coligações expor com didatismo suas propostas e programas, verdadeiro ponto focal do debate público antes e depois do pleito. Dota-se, assim, de conteúdo propositivo um momento que, do contrário, se limitará a simples desfile de jingles, recursos técnicos e efeitos especiais, sem relação direta com a realidade do país e de seus habitantes. É sabido que uma parcela do eleitorado, descrente de políticos e partidos, rejeita de antemão tudo que se relacione ao pleito. Seria um equívoco, porém, tentar atrair a atenção dessa franja da sociedade por meio do rebaixamento do nível político da campanha. Ao fazê-lo, a pretexto de dialogar com setores mais céticos, muitos candidatos e partidos acabam por solapar as bases mesmas da democracia, como o fizeram, em seu momento, demagogos de todos os calibres, interessados não no fortalecimento do Estado de direito, mas em sua liquidação.
Merece destaque, nesse sentido, o elevado tom do debate entre os sete candidatos a prefeito de Porto Alegre realizado ontem pelos veículos do Grupo RBS. Pautaram-se os postulantes ao Executivo municipal, na maior parte do tempo, pela discussão de questões candentes da cidade, de forma objetiva e serena. Houve respeito pelas normas acordadas por consenso entre os candidatos e seus representantes, com o evidente proveito dos participantes e do público. Não fizeram os candidatos, ao proceder dessa maneira, mais do que cumprir sua obrigação, mas cabe ressaltar que a cumpriram a contento. Constituiu-se, dessa forma, nítido contraste com episódios transcorridos em eleições passadas, nos quais trocas de ofensas pessoais e apelo a factoides se interpuseram no caminho da salutar exposição de ideias. Deseja-se que tal nível se mantenha ao longo da campanha, com o que só temos a ganhar os eleitores da Capital e de todo o Estado.
Iniciou-se ontem em todo o país a primeira campanha eleitoral brasileira sob a égide da Lei da Ficha Limpa, resultante de um movimento cidadão pela ética e pela transparência na vida pública. Vinte e sete anos depois da redemocratização, a referida legislação é testemunha pungente da vitalidade das instituições e do amadurecimento político no Brasil. Poucos países contam com dispositivo de tal magnitude a regular a habilitação de candidato a cargo eletivo em qualquer esfera. Acrescente-se que, ao determinar a vigência da lei, publicada em 2010, apenas para este pleito, o Supremo Tribunal Federal cercou o referido instrumento de indiscutível segurança quanto a sua constitucionalidade e seus efeitos. Merece, pois, as mais positivas expectativas a disputa eleitoral ora em curso, por ser regida por normas emanadas da vontade soberana do povo com o fim de lhe garantir lisura e eficácia plenas.
Resta esperar que a campanha dos candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador seja pautada pela apresentação de propostas claras e consequentes, com foco nos problemas mais sentidos da população, sem o recurso a golpes baixos nem ataques pessoais. Devem partidos e coligações expor com didatismo suas propostas e programas, verdadeiro ponto focal do debate público antes e depois do pleito. Dota-se, assim, de conteúdo propositivo um momento que, do contrário, se limitará a simples desfile de jingles, recursos técnicos e efeitos especiais, sem relação direta com a realidade do país e de seus habitantes. É sabido que uma parcela do eleitorado, descrente de políticos e partidos, rejeita de antemão tudo que se relacione ao pleito. Seria um equívoco, porém, tentar atrair a atenção dessa franja da sociedade por meio do rebaixamento do nível político da campanha. Ao fazê-lo, a pretexto de dialogar com setores mais céticos, muitos candidatos e partidos acabam por solapar as bases mesmas da democracia, como o fizeram, em seu momento, demagogos de todos os calibres, interessados não no fortalecimento do Estado de direito, mas em sua liquidação.
Merece destaque, nesse sentido, o elevado tom do debate entre os sete candidatos a prefeito de Porto Alegre realizado ontem pelos veículos do Grupo RBS. Pautaram-se os postulantes ao Executivo municipal, na maior parte do tempo, pela discussão de questões candentes da cidade, de forma objetiva e serena. Houve respeito pelas normas acordadas por consenso entre os candidatos e seus representantes, com o evidente proveito dos participantes e do público. Não fizeram os candidatos, ao proceder dessa maneira, mais do que cumprir sua obrigação, mas cabe ressaltar que a cumpriram a contento. Constituiu-se, dessa forma, nítido contraste com episódios transcorridos em eleições passadas, nos quais trocas de ofensas pessoais e apelo a factoides se interpuseram no caminho da salutar exposição de ideias. Deseja-se que tal nível se mantenha ao longo da campanha, com o que só temos a ganhar os eleitores da Capital e de todo o Estado.
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