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quinta-feira, 26 de julho de 2012

GOVERNO CEGO

ZERO HORA 26 de julho de 2012 | N° 17142. ARTIGOS

Nicole Pozza*


O episódio do assassinato de Tommaso Lotto, um italiano que chegou ao Brasil na última sexta-feira para viver no país, é lamentável. A falta de segurança nas cidades, principalmente nas grandes capitais, faz da realidade brasileira algo que deve ser profundamente reavaliado pelo governo, ainda mais com a Copa do Mundo e a Olimpíada que se aproximam e o interesse dos turistas em visitar, se divertir e assistir aos jogos em 2014 e 2016.

É um perigo que se alastra por toda parte, mas os estrangeiros são os mais indefesos, sabendo menos ainda como reagir a assaltos em um país completamente imaturo e diferente dos mais desenvolvidos. Acompanhado de um amigo espanhol que morava em São Paulo, Tommaso simplesmente abriu a porta quando foi pego de surpresa por dois assaltantes que portavam armas de fogo. Foi um choque: o italiano talvez pensou que essa fosse a melhor saída – sair do veículo e mostrar que estava desarmado. O espanhol, também não sabendo como agir, fugiu rapidamente do carro e se escondeu atrás de uma banca de jornais, tremendo.

Gosto de ser brasileira, mas tem vezes que dá vergonha. Tive uma experiência de um ano em Milão, na Itália. Cursei pós-graduação e conheci novas pessoas e cultura. Era estranho e, ao mesmo tempo, saudável para mim mesma como ser humano: cheguei a frequentar as ruas e um rico transporte público durante noites e madrugadas e nada acontecia. Não sei se gostei mais da história e arquitetura europeia ou da segurança que lá existia. Posso dizer com todas as letras que dá muita saudade.

Gostaria de poder fazer festa e conversar sobre um Brasil decente com amigos estrangeiros, pedindo para que venham me visitar e assistir aos jogos durante a Copa do Mundo. Mas prefiro que fiquem onde estão. Se o governo pensa que temos uma estrutura mínima para encarar esse grande evento, está muito enganado. Após esse episódio que envolveu Tommaso e seu amigo, ficará para sempre a tristeza em uma família que acreditou que poderia dar certo. E o que mais ficará? A ideia de que o Brasil é sinônimo de nação precária, com marginais, e não um local belo para ser atração turística.

Cabe ao nosso governo agir e com urgência. A pena para esse tipo de crime deveria ser maior. Deveria existir pena perpétua para aqueles que matam dessa maneira. Se nada for feito nos próximos anos, nosso país estará acabando com a sua imagem no Exterior. A de um Brasil decepcionante, um governo absolutamente cego.

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