Cláudio Brito*
Quando temos tantas demandas da sociedade a resolver, quando coisa séria deveria ser a única agenda de nossos parlamentares, o Senado foi cenário de uma pobre e desnecessária demonstração de machismo e hipocrisia. Falo do episódio apelidado por alguns de Caso Denise Leitão Rocha, a Denise Furacão. A moça é assessora do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e ganhou fama porque vazou na internet um vídeo em que aparece fazendo sexo com seu namorado.
Na tarde em que a CPI do Cachoeira ouvia o prefeito de Palmas, os laptops, smartphones, tablets, computadores e pen drives passavam de um para outro daqueles homens que deveriam cuidar do trabalho e, na mesma sala, curtiam a gravação que um jovem exibicionista produzira. O namorado usou um celular para captar as imagens e teve o cuidado de ser protagonista da cena final, querendo mostrar a todos que era ele o pegador que chegou ao encontro tão quente com a loura que ocupava os sonhos sujos de muitos daqueles cidadãos representantes dos Estados brasileiros.
Por conta disso e dizendo que “não posso ter como assessora uma pessoa que agora virou celebridade”, o senador Ciro anunciou que demitiria Denise. Não têm faltado outros para aplaudir a demissão, argumentando que o Senado não pode manter em seus quadros uma garota de hábitos devassos. Nunca ouvi falar em consequências tão rudes para homens flagrados em situações idênticas. Machismo puro. Tanto por parte do autor da gravação – ainda que autorizada pela moça, o que é seu direito – como pelo senador que vai demitir Denise. Hipocrisia de todos, com afetação moralista em um ambiente de tantas quebras de decoro.
São piores e mais nocivas as outras transas dessa gente. Os desvios de conduta dos cidadãos que apontam para Denise os seus dedos acusadores são bem mais graves para a sociedade. Não faltarão discursos e textos para condenar Denise e seu despudor. Nada que ela fez aconteceu no ambiente de trabalho. Agora, nos corredores e gabinetes, no restaurante e no salão de café é um tal de Denise isso, Denise aquilo, que parece mesmo não haver outra coisa a fazer na casa onde nascem as leis. Uma delas, a maior, a Constituição Federal. Não vejo em seus princípios e fundamentos qualquer apoio à demissão, embora, por se tratar de titular de um cargo em comissão, possa ser demitida a qualquer tempo, sem explicação. Aí é que está o problema: a demissão imotivada seria melhor entendida. A explicação que o senador encontrou é danosa, é um pecado, porque discrimina e ofende. É puro preconceito de machistas e hipócritas.
Quando temos tantas demandas da sociedade a resolver, quando coisa séria deveria ser a única agenda de nossos parlamentares, o Senado foi cenário de uma pobre e desnecessária demonstração de machismo e hipocrisia. Falo do episódio apelidado por alguns de Caso Denise Leitão Rocha, a Denise Furacão. A moça é assessora do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e ganhou fama porque vazou na internet um vídeo em que aparece fazendo sexo com seu namorado.
Na tarde em que a CPI do Cachoeira ouvia o prefeito de Palmas, os laptops, smartphones, tablets, computadores e pen drives passavam de um para outro daqueles homens que deveriam cuidar do trabalho e, na mesma sala, curtiam a gravação que um jovem exibicionista produzira. O namorado usou um celular para captar as imagens e teve o cuidado de ser protagonista da cena final, querendo mostrar a todos que era ele o pegador que chegou ao encontro tão quente com a loura que ocupava os sonhos sujos de muitos daqueles cidadãos representantes dos Estados brasileiros.
Por conta disso e dizendo que “não posso ter como assessora uma pessoa que agora virou celebridade”, o senador Ciro anunciou que demitiria Denise. Não têm faltado outros para aplaudir a demissão, argumentando que o Senado não pode manter em seus quadros uma garota de hábitos devassos. Nunca ouvi falar em consequências tão rudes para homens flagrados em situações idênticas. Machismo puro. Tanto por parte do autor da gravação – ainda que autorizada pela moça, o que é seu direito – como pelo senador que vai demitir Denise. Hipocrisia de todos, com afetação moralista em um ambiente de tantas quebras de decoro.
São piores e mais nocivas as outras transas dessa gente. Os desvios de conduta dos cidadãos que apontam para Denise os seus dedos acusadores são bem mais graves para a sociedade. Não faltarão discursos e textos para condenar Denise e seu despudor. Nada que ela fez aconteceu no ambiente de trabalho. Agora, nos corredores e gabinetes, no restaurante e no salão de café é um tal de Denise isso, Denise aquilo, que parece mesmo não haver outra coisa a fazer na casa onde nascem as leis. Uma delas, a maior, a Constituição Federal. Não vejo em seus princípios e fundamentos qualquer apoio à demissão, embora, por se tratar de titular de um cargo em comissão, possa ser demitida a qualquer tempo, sem explicação. Aí é que está o problema: a demissão imotivada seria melhor entendida. A explicação que o senador encontrou é danosa, é um pecado, porque discrimina e ofende. É puro preconceito de machistas e hipócritas.
*JORNALISTA
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