Editorial
Coincidências acontecem e probabilidades remotas se materializam. Não parece, porém, ser essa a explicação para o repentino e acentuado aumento de emendas parlamentares liberadas em benefício do Partido Progressista (PP), do deputado federal paulista Paulo Maluf.
Com efeito, o fenômeno começou a se verificar paralelamente à aproximação entre a agremiação malufista e o PT para apoiar a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo.
De uma hora para outra, o PP tornou-se a segunda sigla mais contemplada pelo Executivo com verbas vinculadas a projetos inseridos no Orçamento. Com a quinta maior bancada do Legislativo, superou neste mês o PT e só ficou atrás do PMDB --os dois maiores partidos no Congresso.
Sugestivamente, os aumentos acumularam-se a partir de 14 de junho, quando Maluf começou a admitir publicamente a possibilidade de preterir a postulação de José Serra (PSDB) em favor da de Haddad. A aliança foi, afinal, selada em 18 daquele mesmo mês.
Desde janeiro, o PP fora contemplado com a liberação de R$ 7,2 milhões. Nos últimos 30 dias, já obteve concessão para emendas que atingem R$ 36,6 milhões.
Considerada estratégica pelo PT, a disputa na cidade de São Paulo conta com a participação direta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, mesmo enfrentando problemas de saúde, se dispôs a comparecer à residência de seu ex-arquirrival para celebrar o entendimento --que rendeu ao candidato petista mais um minuto e meio de horário eleitoral gratuito.
O governo federal foi lacônico ao comentar as liberações de verbas constatadas por estaFolha. A assessoria da ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, assinalou que o Executivo "atendeu solicitações de todas as bancadas".
Repete-se, no caso, o lastimável "é dando que se recebe", generalizado na política brasileira.
A estrutura pública, que deveria ser mantida à distância do jogo eleitoral, é instrumentalizada para servir a candidaturas e interesses partidários.
O episódio indica que a presidente Dilma Rousseff não deixará de seguir esse padrão, utilizando o peso da máquina federal para apoiar as pretensões de Lula --a quem, aliás, deve sua própria presença no Palácio do Planalto.
Coincidências acontecem e probabilidades remotas se materializam. Não parece, porém, ser essa a explicação para o repentino e acentuado aumento de emendas parlamentares liberadas em benefício do Partido Progressista (PP), do deputado federal paulista Paulo Maluf.
Com efeito, o fenômeno começou a se verificar paralelamente à aproximação entre a agremiação malufista e o PT para apoiar a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo.
De uma hora para outra, o PP tornou-se a segunda sigla mais contemplada pelo Executivo com verbas vinculadas a projetos inseridos no Orçamento. Com a quinta maior bancada do Legislativo, superou neste mês o PT e só ficou atrás do PMDB --os dois maiores partidos no Congresso.
Sugestivamente, os aumentos acumularam-se a partir de 14 de junho, quando Maluf começou a admitir publicamente a possibilidade de preterir a postulação de José Serra (PSDB) em favor da de Haddad. A aliança foi, afinal, selada em 18 daquele mesmo mês.
Desde janeiro, o PP fora contemplado com a liberação de R$ 7,2 milhões. Nos últimos 30 dias, já obteve concessão para emendas que atingem R$ 36,6 milhões.
Considerada estratégica pelo PT, a disputa na cidade de São Paulo conta com a participação direta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, mesmo enfrentando problemas de saúde, se dispôs a comparecer à residência de seu ex-arquirrival para celebrar o entendimento --que rendeu ao candidato petista mais um minuto e meio de horário eleitoral gratuito.
O governo federal foi lacônico ao comentar as liberações de verbas constatadas por estaFolha. A assessoria da ministra Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, assinalou que o Executivo "atendeu solicitações de todas as bancadas".
Repete-se, no caso, o lastimável "é dando que se recebe", generalizado na política brasileira.
A estrutura pública, que deveria ser mantida à distância do jogo eleitoral, é instrumentalizada para servir a candidaturas e interesses partidários.
O episódio indica que a presidente Dilma Rousseff não deixará de seguir esse padrão, utilizando o peso da máquina federal para apoiar as pretensões de Lula --a quem, aliás, deve sua própria presença no Palácio do Planalto.
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