VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

sábado, 14 de julho de 2012

TROCAM RISOS POR VOTOS

Como Tiririca, eles trocam risos por votos. Partidos lançam mais de 50 palhaços como candidatos a uma cadeira de vereador na eleição

O ESTADO DE SÃO PAULO, 14 de julho de 2012 | 14h 47



SÃO PAULO - Mais de 50 palhaços na eleição de 7 de outubro tentam repetir o fenômeno Tiririca, que obteve 1,35 milhão de votos em 2010 e foi o deputado federal mais votado do País. Essas dezenas de artistas do riso vão disputar uma vaga de vereador Brasil afora, como mostra levantamento feito pelo Estado nos registros de candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A iniciativa de recorrer aos palhaços candidatos parte dos próprios partidos - um bom puxador de votos pode render uma ou mais cadeiras legislativas a uma legenda e, dessa forma, garantir vaga para políticos que não andam tão populares entre os eleitores. E uma das siglas mais incentivadoras do humor na política é justamente o PR de Tiririca, primeiro palhaço a obter uma vaga no Congresso.

Edvalgo Hermenegildo é o nome de batismo do Palhaço Bubu, que não brinca ao falar de sua candidatura a vereador de Mogi das Cruzes, cidade na Grande São Paulo sob influência política do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), réu do mensalão. Bubu é conhecido na cidade, onde costuma atrair clientes às lojas de rua com suas palhaçadas e é mascote do time local de basquete. "Vou criar circos profissionalizantes que atuem nos bairros da cidade para tirar as crianças das ruas", propõe o candidato palhaço, com seriedade.

Em Jundiaí, o PR aposta em Maurilio Cayres, ou melhor, Rick Kelly, que há 31 anos atua em um grupo de teatro. Além das andanças - e palhaçadas - pelas ruas da cidade, ele aposta no programa de TV ao lado de Tiririca para chegar à Câmara. A exemplo do deputado, Rick Kelly vai fazer campanha caracterizado de palhaço - "um abestado qualquer, um burro que está defendendo o povo" - e diz não saber como é o trabalho de um vereador. Mas já promete "ouvir o povo e fazer o que eles quiserem". "Daí, vou conversar com o prefeito e ver o que a gente pode fazer", afirma Rick Kelly.

Variedade. As cidades paulistas somam a maior quantidade de candidatos que vivem de fazer os outros rir. São 19, todos espalhados pelo interior do Estado, em cidades como Campinas, Araçatuba e São José dos Campos.

Mas a onda Tiririca vai além de São Paulo e chegou a Estados como Bahia, Amazonas, Rio Grande do Norte e Alagoas, entre outros. Capitais como Rio, Porto Alegre, Aracaju, Rio Branco, Manaus, Fortaleza e Campo Grande também terão palhaçadas no horário eleitoral gratuito.

Para o cientista político da Universidade de Brasília (UnB) João Paulo Peixoto, o fato de uma figura como Tiririca ter chegado ao Congresso estimula candidaturas do mesmo perfil. Embora reconheça que manifestações desse tipo fazem parte da democracia, Peixoto avalia o fenômeno como a forma mais visível da descrença na política. "Você tem um palhaço eleito deputado e toda a repercussão em torno disso depõe contra a política."


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