ZERO HORA 13 de julho de 2012 | N° 17129
EDITORIAL
Mesmo sem voto – ainda que a precondição para registro de chapa seja a apresentação de três nomes –, os integrantes de uma nominata vencedora para o Senado costumam usufruir de todas as vantagens inerentes ao posto. Ao assumirem o cargo, passam a disputar fatias do orçamento e a ter direito a uma série de regalias, como salários elevados e apartamento funcional ou auxílio-moradia, além de um séquito de servidores bem remunerados.
No caso específico do substituto do senador recém-cassado, o primeiro suplente, empresário da construção civil, foi um dos principais financiadores de sua campanha. E tinha também fortes relações com o contraventor Carlinhos Cachoeira. As credenciais de quem disputa um lugar no Senado deveriam estar ligadas à política, não a interesses paralelos de quem busca o poder para auferir ganhos próprios.
Tudo isso deixa flagrante a necessidade de uma mudança na definição dos substitutos, que precisam se habilitar ao cargo de forma mais transparente. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado já aprovou proposta de emenda à Constituição prevendo a redução de dois para um no número de suplentes, como parte da reforma política. Não é suficiente. Propostas mais ousadas, como a nomeação do candidato mais votado entre os não eleitos, em caso de vacância, também deveriam merecer a consideração dos parlamentares na correção do atual sistema.
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