03 de julho de 2012 | N° 17119
AMIGO DE CACHOEIRA
Sem plateia, senador pede perdão
Demóstenes vai à tribuna com plenário vazio, se desculpa e promete repetir o gesto até cassação ser votada pelos colegas
Depois
de manter-se em silêncio por mais de um mês sobre as denúncias que o
ligam ao empresário Carlinhos Cachoeira, o senador goiano Demóstenes
Torres (ex-DEM) subiu ontem à tribuna do Senado para fazer um novo
discurso em que se diz inocente. Demóstenes pediu desculpas aos colegas,
disse que é vítima de uma campanha “difamatória” conduzida pela mídia e
Polícia Federal e afirmou estar incomodado com o “isolamento” imposto
pelos parlamentares.
Ao falar para um plenário vazio, o ex-líder do DEM informou que vai discursar diariamente, até o dia 11, quando o pedido de sua cassação deve ser votado no plenário. Antes, o parecer de Humberto Costa (PT-PE) passa pela análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), amanhã.
– Virei à tribuna todos os dias para provar minha inocência nas acusações que me foram feitas. O farei com o plenário repleto ou vazio. Não concederei apartes para poder apresentar minha versão. A versão dos demais já foi apresentada – disse Demóstenes.
O senador afirmou que vive há 135 dias um “calvário sem trégua” por ter sido julgado e condenado mesmo sabendo ser “íntegro”:
– A tática dos detratores é implodir probidade de décadas de trabalho, esforço e dedicação. Destruição tijolo a tijolo, em pílulas, para terem assuntos que aniquilem minha imagem.
Demóstenes se desculpou com os 44 senadores que discursaram em seu apoio no dia 6 de março, quando falou pela primeira vez da tribuna da Casa sobre as denúncias:
– Quem está aqui hoje é o mesmo homem daquele dia: envergonhado, abatido, cansado, esgotado. É de peito aberto que volto aqui pedindo perdão pelos erros.
Depois, estendeu o pedido de desculpas aos demais parlamentares. Pediu para ser julgado pelos colegas não pelo “achincalhe” público, mas pelas acusações de que diz ser inocente.
– A campanha foi tão difamatória que os senadores podem estar duvidando da minha honradez, o que me fere de morte – declarou.
O senador disse que se sente uma “chaga contagiosa do apodrecido pela exposição”, mas não pelos fatos. O ex-líder do DEM afirmou que vai provar sua “honradez e retidão” que são “dívida” do apoio recebido em seu primeiro discurso, feito no dia 6 de março.
Ao falar para um plenário vazio, o ex-líder do DEM informou que vai discursar diariamente, até o dia 11, quando o pedido de sua cassação deve ser votado no plenário. Antes, o parecer de Humberto Costa (PT-PE) passa pela análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), amanhã.
– Virei à tribuna todos os dias para provar minha inocência nas acusações que me foram feitas. O farei com o plenário repleto ou vazio. Não concederei apartes para poder apresentar minha versão. A versão dos demais já foi apresentada – disse Demóstenes.
O senador afirmou que vive há 135 dias um “calvário sem trégua” por ter sido julgado e condenado mesmo sabendo ser “íntegro”:
– A tática dos detratores é implodir probidade de décadas de trabalho, esforço e dedicação. Destruição tijolo a tijolo, em pílulas, para terem assuntos que aniquilem minha imagem.
Demóstenes se desculpou com os 44 senadores que discursaram em seu apoio no dia 6 de março, quando falou pela primeira vez da tribuna da Casa sobre as denúncias:
– Quem está aqui hoje é o mesmo homem daquele dia: envergonhado, abatido, cansado, esgotado. É de peito aberto que volto aqui pedindo perdão pelos erros.
Depois, estendeu o pedido de desculpas aos demais parlamentares. Pediu para ser julgado pelos colegas não pelo “achincalhe” público, mas pelas acusações de que diz ser inocente.
– A campanha foi tão difamatória que os senadores podem estar duvidando da minha honradez, o que me fere de morte – declarou.
O senador disse que se sente uma “chaga contagiosa do apodrecido pela exposição”, mas não pelos fatos. O ex-líder do DEM afirmou que vai provar sua “honradez e retidão” que são “dívida” do apoio recebido em seu primeiro discurso, feito no dia 6 de março.
Perguntas e respostas sobre a cassação |
DEMÓSTENES TORRES, Senador (ex-DEM) |
"A dor provocada pelo escândalo é insuportável. Meu organismo não tem mais lágrimas a verter. Compreendo as razões de alguns para me aviltarem. Os holofotes transformam em comparsa o colega educado que chega a mim." |
O QUE DEMÓSTENES FEZ? |
- As relações do senador goiano com o bicheiro Carlinhos Cachoeira levaram a um pedido de investigação no Conselho de Ética do Senado. |
- Entre outras coisas, ele recebeu presentes do bicheiro e um rádio para comunicação direta com ele – que pagava as contas, inclusive. |
O QUE JÁ FOI DECIDIDO? |
- O Conselho de Ética aprovou o relatório de Humberto Costa (PT-PE), que pede a cassação de Demóstenes. |
EM QUE ESTÁGIO ESTÁ O PROCESSO DO SENADOR? |
- No momento o processo está sob avaliação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Os senadores da CCJ não vão julgar o mérito – se Demóstenes é culpado ou não –, mas apenas se o processo contra ele cumpriu os ritos. |
O QUE FALTA PARA O SENADOR SER CASSADO? |
- A rigor, a partir do momento em que a CCJ concluir que o processo contra Demóstenes é legal, resta apenas cumprir os prazos previstos no regimento para que a cassação seja votada em plenário. |
ELE P0DE ESCAPAR? |
- Sim, embora a tendência seja de cassação. O voto dos colegas será secreto, o que pode reservar surpresas. |
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