A Sociedade organizada têm por dever exigir dos Poderes de Estado o foco da finalidade pública e a observância do interesse público na defesa dos direitos básicos e da qualidade da vida da população na construção de uma sociedade livre, justa e democrática. Para tanto, é necessário aprimorar as leis, cumprir os princípios administrativos, republicanos e democráticos, zelar pelas riquezas do país, garantir a ordem pública, fortalecer a justiça e consolidar a Paz Social no Brasil.
VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.
domingo, 18 de março de 2012
A BANCADA DO FISIOLOGISMO
EDITORIAL ZERO HORA 18/03/2012
Ao virarem a casaca da situação para a oposição na última quarta-feira, sete senadores do Partido da República (PR) não só jogaram no lixo a coerência política como também deixaram explícito, para toda a nação, que parcela expressiva do parlamento continua colocando interesses particulares e partidários acima da vontade dos seus representados. Pior: esta verdadeira Bancada do Fisiologismo, que reúne parlamentares de variados matizes ideológicos e de diferentes siglas partidárias, parece estar empreendendo uma luta sem tréguas para manter a presidente Dilma Rousseff refém de suas demandas.
Bastou a presidente mostrar uma certa independência em relação ao esquema fisiológico para que fosse deflagrada uma rebelião na base aliada. Primeiro, começaram a surgir murmúrios de descontentamento de integrantes do PMDB, o maior partido do país e fiel da balança no apoio ao governo no Congresso. Como o Planalto ignorou os sinais de insatisfação, os parlamentares governistas decidiram mandar um recado mais claro à presidente e rejeitaram a recondução de Bernardo Figueiredo à Agência Nacional de Transportes Terrestres, sem ao menos examinar méritos e deméritos do servidor indicado pela primeira mandatária.
O inesperado revés alarmou a cúpula governista, que reagiu de forma desconcertante. Inicialmente, tentou negociar com os rebeldes. Depois, resolveu afastar lideranças comprometidas com o fisiologismo, substituindo os líderes do governo no Senado e na Câmara. A resposta dos grupos que controlam o esquema de barganhas foi imediata, com a nomeação do senador destituído, Romero Jucá (PMDB-RR), para a relatoria da comissão mista do orçamento de 2013 – cargo estratégico para os interesses do governo. Ao mesmo tempo, a permanente pressão de partidos da base aliada por cargos e pelo comando de ministérios levou a bancada do PR no Senado a saltar para a oposição.
O clima ficou tão ruim, que o governo viu-se obrigado a suspender temporariamente a votação de projetos importantes, como o Código Florestal e a Lei Geral da Copa, pelo medo de sofrer outras derrotas. A proximidade das eleições municipais também contribui para a tensão, devido às disputas paroquiais entre o PT e outros partidos da base governista.
Depois de promover uma reforma ética no ministério herdado de seu antecessor, que fora montado sob os auspícios do fisiologismo disfarçado de governabilidade, a presidente Dilma Rousseff enfrenta um novo obstáculo na sua aparente intenção de reduzir o loteamento da administração. Talvez falte ao seu governo jogo de cintura para negociar com partidos e políticos que barganham fatias do poder, mas esse jogo de braço tem duas torcidas bem identificadas: a dos cidadãos conformados com a indecorosa troca de favores que conspurca a democracia brasileira e a dos indignados, que sonham com um país comandado por governantes e representantes comprometidos com o bem comum.
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