PF flagra dois parlamentares negociando com Cachoeira. Carlos Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO) também foram alvos de escutas. Jailton de Carvalho. O GLOBO, 30/03/12 - 23h31
BRASÍLIA - O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) não foi o único parlamentar fisgado em conversas comprometedoras com Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e outros integrantes da organização que comanda a exploração ilegal de máquinas caça-níqueis em Goiás. Os deputados Carlos Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO) também foram flagrados pela Polícia Federal ao longo de 2009 em nebulosas transações com chefes da suposta organização criminosa de Cachoeira.
Em trechos de diálogos obtidos pelo GLOBO, Leréia cobra de Wladimir Garcez, um dos principais operadores de Cachoeira, o depósito de determinada quantia de dinheiro. As conversas são truncadas. Mas, a partir da análise do conjunto das informações, a polícia diz o grupo fala sobre licitações e outros negócios de interesse direto de Cachoeira.
— Eu liguei pro rapaz lá, falou que só fizeram um depósito daquele lá, entendeu. De cinco... Podia verificar isso aí ? — pede Leréria em linguagem cifrada.
— Não, foi feito ontem o outro, viu ? — responde Garcez.
O deputado não entende e Garcez tenta explicar de forma velada o depósito do dinheiro na conta indicada pelo deputado.
— Foi feito ontem o outro... foi (sic) feito os dois — acrescenta.
Depois desta e de outras conversas, Garcez informa ao tesoureiro da organização de Cachoeira “os dados da empresa e da conta corrente onde deverão ser depositados R$ 100 mil”, diz relatório que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Garcez foi um dos presos na Operação Monte Carlo, no fim do mês passado. Ele é apontado como o braço direito da organização criminosa de Cachoeira.
O contraventor também negocia com o deputado Sandes Júnior.
— O negócio não andou nada. Eu te falei que o trem lá não sai — queixa-se Cachoeira.
— O negócio já está no departamento jurídico pra formatar o edital e fazer concorrência pública. Tá muito mais adiantado do que você possa imaginar — responde Sandes.
— Ah é? Tá bom — diz Carlinhos Cachoeira.
— Você recebeu lá na ADI. Eles deram vários cheques. É melhor dividir do que não receber. Até o final desse ano — diz Sandes.
— Uê, foi bom então, uê. Então você tem que repartir comigo, que eu fiz você receber — finaliza o contraventor.
‘Então você tem que repartir comigo, que eu fiz você receber’
Além de Demóstenes, Cachoeira também negociava com dois deputados
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