VOTO ZERO significa não votar em fichas-sujas; omissos; corruptos; corruptores; farristas com dinheiro público; demagogos; dissimulados; ímprobos; gazeteiros; submissos às lideranças; vendedores de votos; corporativistas; nepotistas; benevolentes com as ilicitudes; condescendentes com a bandidagem; promotores da insegurança jurídica e coniventes com o descalabro da justiça criminal, que desvalorizam os policiais, aceitam a morosidade da justiça, criam leis permissivas; enfraquecem as leis e a justiça, traem seus eleitores; não representam o povo e se lixam para a população.

terça-feira, 27 de março de 2012

DEMOCRATICAMENTE

BEATRIZ FAGUNDES, O SUL
Porto Alegre, Terça-feira, 27 de Março de 2012.


Os nomes dos políticos que aprovaram duas vezes o uso do nosso dinheiro, o nosso Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para construção de estádios de futebol enquanto não dispomos de uma rede digna de saúde, segurança pública, escolas com professores bem pagos, devem ser revelados para que na próxima eleição sejam excluídos pelo voto

As últimas reportagens com flagrantes impressionantes de corrupção entre empresas participantes de licitações e contratos com órgãos públicos produzem no ânimo dos cidadãos de bem deste País um avassalador desânimo. Por que diabos os corruptores flagrantemente culpados ainda não foram recolhidos a algum presídio de segurança máxima? O mais impressionante é que as reportagens são reapresentadas a todo o momento provocando náuseas em quem assiste, especialmente por revelar que, intimados a prestar depoimento na Polícia Federal, eles vem negando veementemente que aqueles flagrantes correspondam a alguma prática criminosa.

É verdade que nossas leis são rigorosas com os pobres em qualquer circunstância, seja em um assassinato ou no roubo de uma laranja na quitanda. Quando um chinelão é flagrado cometendo qualquer deslize, os rigores da lei o perseguem em uma busca implacável por ?justiça'! O contrário se dá quando os infratores ou criminosos possuem poder () para contratar bons advogados e usam de todos os subterfúgios para escapar da prisão. Sem punição não tem civilização. Por essa leviandade continuada é que alguns políticos não se sentem impedidos moralmente de aprovarem projetos absolutamente criminosos como esse que destinava verbas do Fundo de Investimentos do FGTS para financiar obras da Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016.

Considerando apenas aquelas pequenas amostras do modus operandi dos canalhas que agem como ratos de esgoto fraudando contratos em todos os poderes, da para imaginar a cobiça de certos traidores quanto à verba bilionária do Fundo de Garantia da Classe trabalhadora. A notícia afirma que a presidenta Dilma vetou pela segunda vez a decisão do Legislativo de meter a mão na grana daqueles que ralam pra valer. É revoltante saber que a primeira proposta vetada por Dilma foi reapresentada, votada e aprovada novamente, em um flagrante desrespeito à cidadania. Quais os deputados gaúchos que aprovaram a proposta indecente?

Certamente muitos eleitores gostariam de saber quais os políticos votaram a favor desta excrescência. Precisamos identificar quem não tem compromisso com o povo e que não age como fiel escudeiro dos eleitores. A presidenta vetou novamente com o mesmo argumento: "O uso da verba desvirtua a prioridade de aplicação do fundo". Os trabalhadores que saíram ontem às ruas para lutar contra a desindustrialização do Brasil precisam ficar atentos às manobras sorrateiras que sem qualquer pudor ousam surrupiar a poupança dos milhões de trabalhadores. As lideranças sindicais - as que não estão comprometidas com partidos - devem enfrentar e denunciar a falcatrua pretendida além de apoiar incondicionalmente nossa presidenta que, todos sabem, vem enfrentando setores do Congresso que só garantem apoio aos projetos que são essenciais à nação com a garantia de ocupação de milhares de cargos em comissão e liberação de verbas para interesses de grupos.

Dizem que o povo tem os políticos que merece. Porém, sem uma fiscalização radical quanto à sua atuação e a quem eles defendem, nunca poderemos defenestrar da política muitos que agem contra os interesses diretos dos eleitores. Os nomes dos políticos que aprovaram duas vezes o uso do nosso dinheiro, o nosso Fundo de Garantia do Tempo de Serviço para construção de estádios de futebol enquanto não dispomos de uma rede digna de saúde, segurança pública, escolas com professores bem pagos, devem ser revelados para que na próxima eleição sejam excluídos pelo voto. Democraticamente!

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